(AIM) – Pela primeira vez, o prémio “Direitos Humanos”, atribuído pela França em reconhecimento às acções de promoção e protecção de direitos humanos no mundo, foi entregue a uma moçambicana com percurso notável em causas sociais.
Trata-se, da jovem activista social, Withney Sabino, que, através da sua obra na promoção e proteção dos direitos humanos no país, convenceu a Comissão Consultiva Francesa dos Direitos Humanos a decidir a favor de Moçambique, volvidos 35 anos desde a criação do prestigiado prémio, em 1988.
Discursando na ocasião, semana finda, a laureada mostrou-se satisfeita pelo facto de o prémio ser atribuído ao país pela primeira vez, considerando um incentivo para uma contínua militância pelos direitos humanos, das mulheres e raparigas em Moçambique, actualmente marcado por elevadas taxas de casamentos prematuros e uniões forçadas, bem como a situação dos conflitos que agudizam a vulnerabilidade destas camadas sociais.
“Sentimos que é nosso papel continuar a advogar para que mais políticas públicas respondam aos desafios impostos pelos problemas que assolam as mulheres e raparigas. Queremos continuar a promover o acesso da rapariga a tecnologias, recursos digitais e educação através da plataforma MANAS. Para nós, é uma honra receber este prémio”, disse Withney Sabino.
Segundo a fonte, só em Cabo Delgado, a sua plataforma de promoção de direitos humanos, desenvolve um programa de resiliência de raparigas, atribuindo ferramentas táticas de denúncias em caso de violência, ampliando igualmente a participação das mulheres em processos de tomada de decisão.
Durante o acto da entrega do prémio, o embaixador francês, Yann Pradeau, referiu que o galardão visa permitir a realização, na França ou no estrangeiro, de acções individuais ou colectivas que concorram para a promoção dos direitos humanos.
Manifestou a sua satisfação em proceder a entrega do prémio pela primeira vez à Moçambique, numa altura em que os conflitos armados, tal como é o caso do terrorismo que assola a província de Cabo Delgado, zona norte do país, desde 2017, têm aumentado as vulnerabilidades de mulheres e crianças que vivem em situação de emergência humanitária.
Segundo o diplomata francês, a vencedora do prémio, dona da iniciativa MANAS, plataforma que amplia o debate em prol da protecção dos direitos das mulheres e crianças, tem a contribuição valiosa para o avanço da agenda de protecção dos direitos das mulheres em Moçambique.
“Felicitar a iniciativa MANAS, representada pela sua fundadora, a senhora Withney Sabino. A MANAS é a verdadeira incubadora cívica do futuro”, disse o Embaixador da França em Moçambique.
(AIM)