
Maputo, 12 Jul (AIM) – O ministro da Saúde, Armindo Tiago, garante que os cinco pontos pendentes e que condicionam a retoma dos médicos grevistas às suas actividades deverão ser sanados em Agosto próximo.
Os médicos grevistas, membros da Associação Médica de Moçambique (AMM), queixam-se de enquadramento diferente ou inferior ao acordado com o governo; enquadramento sem respeitar o tempo de serviço; pagamento de horas-extras desde 2020 até Junho último; bem como redução dos salários verificados em Maio último e médicos sem salários.
“As cinco questões que devem ser resolvidas até Julho, quero dizer que, de entre as cinco a serem resolvidas até finais de Julho, uma delas já começou a ser resolvida em Junho”, disse o ministro em conferência de imprensa havida quarta-feira (12) em Maputo, que tinha por objectivo a busca de uma solução para a greve em curso desde segunda-feira (10) em todas as instituições sanitárias do país.
O ministro afirmou que existem dois pontos de discórdia entre o governo e a AMM, um dos quais a fórmula usada para o pagamento do subsídio de diuturnidade.
Explicou que os médicos se beneficiam da diuturnidade em quatro ocasiões, contrariamente a duas ocasiões para os outros funcionários e agentes de Estado.
“Os médicos estão a receber a diuturnidade em quatro ocasiões: depois de completar três, sete, 12 e 18 anos; enquanto os funcionários públicos recebem apenas depois de 24 e 30 anos”, disse.
Tiago explicou que durante a averiguação, concluiu que dos 136 médicos que deviam auferir subsídio de diuturnidade, apenas 38 é que não se beneficiam do mesmo.
“Esses médicos ainda não têm requisitos para receberem o subsídio de diuturnidade”, afirmou, citando como exemplo os que estão a desempenhar a sua função há apenas dois anos.
Reiterou que a filosofia da Tabela Salarial Única (TSU) é para conferir uma maior “justiça salarial” na administração pública, incluindo a classe médica do país.
Tiago referiu que, entretanto, o governo está aberto para receber a AMM para “acabar com a greve.
Enquanto isso, a AMM acredita que pelo menos 65 por cento dos médicos inscritos na agremiação aderiram a greve de 21 dias prorrogáveis, em todas as unidades de saúde do país.
A AMM possui mais de 1.600 membros, e juntando os restantes somam mais de 2.500 profissionais que ela espera que paralisem as suas actividades.
Refira-se que a Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) também esteve em greve em Junho último, para contestar a aplicação da TSU.
A APSUSM concedeu um prazo de 60 dias ao governo para resolver os problemas que afligem a classe.
A falta de entendimento entre o governo e a AMM nas negociações é apontado como o foco da greve.
(AIM)
Ac/sg