Maputo, 12 Jul (AIM) – Moçambique investe actualmente cerca 30 dólares americanos em despesas de saúde por cada cidadão, revela um estudo da ThinkWell, uma organização que actua no sector da saúde.
Este valor coloca Moçambique numa posição acima de países como Angola, por exemplo, que gasta cerca de 100 dólares por cidadão em cuidados de saúde, pelo facto de possuir um índice de cobertura inferior.
O director executivo da ThinkWell, Salomão Lourenço, explica que em Moçambique não é preciso pagar somas elevadas para ter acesso aos cuidados de saúde, algo que já não acontece em países como Angola, onde o cidadão tem que ter dinheiro para pagar a saúde.
“Quando isso acontece [pagamento como condição para ter cuidados de saúde], os resultados em termos de cobertura efectiva são baixos, porque as pessoas não têm meios”, acrescentou.
Daí que, segundo a fonte, geralmente, o investimento feito no sector da saúde é importante para evitar que os cidadãos tenham uma despesa catastrófica, algo que ocorre quando os cidadãos gastam um montante igual ou superior a 10 por cento do seu orçamento em cuidados de saúde.
O estudo foi apresentado hoje (12), em Maputo, durante um Painel de Alto Nível sobre o Financiamento da Saúde para a Cobertura Universal, como resultado dos Pré-diálogos realizados entre os dias 10 e 11 de Julho 2023, que antecederam o Diálogo Nacional, em curso na cidade de Maputo.
Lourenço aponta como desafios ou áreas de intervenção onde o sector da saúde carece de financiamento infra-estruturas; equipamento, recursos humanos, medicamentos e artigos médicos.
“Quando olhamos para a componente de infra-estruturas e, sobretudo, para o rácio habitante/unidade sanitária, conseguimos perceber que estamos quase a metade daquilo que seria o recomendado”, disse.
Por outro lado, acrescenta, “também o raio teórico, que mede a distância em que o cidadão tem que percorrer até encontrar a unidade sanitária mais próxima, também estamos aquém do padrão”.
Refira-se que, os medicamentos e artigos de saúde, ilustrados como um dos maiores desafios do sector, foi também um dos pontos discutidos como parte das dificuldades de acesso para as pessoas com deficiência, apresentadas por Farida Gulamo, presidente da Associação dos Deficientes Moçambicanos (ADEMO).
(AIM)
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