Nampula (Moçambique), 13 Jul (AIM) – O governador da província de Nampula, norte de Moçambique, Manuel Rodrigues, revelou que o absentismo escolar por parte de professores continua num nível acentuado em alguns distritos.
Destaque vai para o distrito de Mossuril.
O facto, segundo a fonte, contribui para o fraco aproveitamento dos alunos e que medidas estão em curso para reverter a situação.
Rodrigues disse a jornalistas, nesta quarta-feira, à margem da quarta reunião provincial de planificação do sector da Educação, que este é um assunto em debate e que medidas disciplinares estão a ser tomadas para a devida correcção.
“O processo de ensino e aprendizagem na nossa província coloca-nos enormes desafios. Um dos quais é o absentismo dos professores e a desistência da rapariga. Preocupa-nos o absentismo porque, primeiro, contribui para a fraca qualidade de ensino e, segundo, viola o princípio de educar”, afirmou.
Acrescentou que “a presença do professor na sala de aula, em tempo real, é um factor importante para a qualidade da formação”.
Segundo o governador, os prevaricadores não ficam imunes.
“Como governo e responsável pelo ensino primário, temos estado a fazer de tudo para combater este mal, começando pela aplicação de medidas disciplinares a todos aqueles que se abstêm de cumprir com a sua função profissional que é estar na escola e dar aulas”, disse.
Alertou que “estas medidas podem chegar até a expulsão do aparelho do Estado”.
Sem adiantar números, que diz serem preocupantes, o governador revelou que há também profissionais do sector, além de professores, sancionados por desvio de fundos e outras infracções.
Manuel Rodrigues afirmou que nos últimos três anos e meio o governo colocou a disposição 717 novas salas de aulas para o ensino primário, das 735 previstas até 2024, o que significa 97,6 por cento da meta.
“Nestes primeiros três anos foram admitimos 5.786 novos docentes de uma meta quinquenal de 7.845, ou seja, estamos em 73,8 por cento. Elevamos a taxa bruta de conclusão do ensino secundário do 1º ciclo de 15,9 por cento, em 2019, para os actuais 26,4, para alcançar uma meta de 35,9 por cento até ao final de 2024”, detalhou.
Aos gestores escolares, o governador de Nampula exigiu que sejam mais proactivos e controlem o desempenho do sector nas respectivas áreas de jurisdição.
“O sector da Educação joga um papel central por ser o responsável formal dos processos de formação e educação da nossa sociedade”, disse.
“A materialização desta missão e das expectativas de toda a sociedade reside na forma como o sector é dirigido, desde as escolas até aos níveis subsequentes”, enfatizou.
Alertou ainda que “não nos devemos sentir cómodos se o sector não se adequar aos desafios impostos pela nova realidade da Educação e da sociedade”.
“Não devemos assistir impávidos a mais um investimento gasto em vão, numa situação em que o orçamento resulta de uma ginástica e uma luta titânica para eleger e valorizar prioridades”, esclareceu.
A província de Nampula conta actualmente com 2.392 escolas, entre primárias e secundárias. Para o presente ano lectivo, a província inscreveu 1.712.349 alunos, dos quais 825.978 são raparigas.
(AIM)
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