Maputo, 24 de Jul (AIM) – O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, diz que investir na educação não é desperdiçar recursos, mas sim uma forma de ajudar uma nação a alcançar o crescimento económico e o progresso.
Para o Chefe do Estado moçambicano, que falava na manhã de hoje (21), em Maputo, na abertura da Conferência Nacional sobre Educação de Qualidade em Moçambique, a educação é, ainda, uma força que impulsiona avanços na vida política, cultural, social, económica e tecnológica.
“Investir na educação não é desperdiçar recursos, é investir no progresso de uma nação”, afirmou Nyusi.
O Presidente destacou a componente qualidade referindo que “a educação e formação de qualidade aumentam as habilidades técnicas, psíquicas e emocionais do indivíduo, ajuda a tomar melhores decisões, contribui para o aumento da produtividade no sector produtivo, de renda familiar, e no crescimento da economia.”
Considerou a educação de qualidade como um direito fundamental de todos, para além de ser um activo importante para o exercício pleno da cidadania.
Porque a conferência visa debater os desafios para o alcance de uma educação de qualidade, Nyusi explicou que esta componente possibilita os indivíduos a operarem transformações de benefício individual e colectivo.
Para Nyusi, a educação não deve ser compreendida só na área de conhecimentos científicos, apesar de fundamentais.
Segundo o Presidente, a educação também joga papel importante na instrução das pessoas socialmente e a nível da ética, incluindo o carácter patriótico.
Nyusi ajuntou que o acesso à educação é um grande equalizador da vida social, porque, entre muitas outras vantagens, provê a equidade de género e económica e facilita o gozo de tantos outros direitos, incluindo o direito à informação.
“Para Moçambique, o direito a educação é um comando constitucional que está incorporado no grande conjunto de políticas, leis, estratégias e planos definidos pelo governo”, disse.
Sublinhou que Moçambique não é uma ilha e, por isso, o quadro estratégico e regulatório na área da educação e formação deve estar alinhado com a região, continente e o mundo.
A Conferência Nacional sobre Educação de Qualidade em Moçambique, que se realiza sob o lema: “Por uma Educação de Qualidade, Inclusiva e Equitativa, em Prol do Desenvolvimento Sustentável”, tem a duração de três dias.
(AIM)
SC/mz
CERCA DE 61 POR CENTO DOS MOÇAMBICANOS SABE LER E ESCREVER
Maputo, 24 Jul (AIM) – Cerca de 61 por cento da população moçambicana sabe ler e escrever anunciou hoje, o presidente da República, Filipe Nyusi, na abertura da Conferência Nacional sobre Educação de Qualidade em Moçambique.
O evento, de três dias, decorre sob o lema: “Por uma Educação de Qualidade, Inclusiva e Equitativa, em Prol do Desenvolvimento Sustentável”.
O Presidente moçambicano explica que a percentagem de alfabetizados representa um crescimento significativo já que em 1975, ano em que Moçambique tornou-se independente, apenas sete por cento da população sabia ler e escrever.
“Passados 48 anos, e num país com um número da população cada vez mais a crescer, 61 por cento da população já sabe ler e escrever”, sublinhou Nyusi.
Num entanto, o estadista moçambicano alerta para a necessidade de equilíbrio entre a educação de qualidade e educação para todos.
Afirmou que um sistema de educação de qualidade tem, também, obrigação de preocupar-se com os que estão fora da escola.
“Os indicadores baixos do nosso ponto de partida, em 1975, não terminam nesses que mencionei [sete por cento da população alfabetizada]. No mesmo ano tínhamos apenas nove escolas secundárias em todo o país, hoje o número é de 2.450 escolas secundárias”, acrescentou.
Na ocasião, foi referido que, ao nível do ensino superior, o país tinha, à data da independência, apenas uma universidade, contra 56 instituições do ensino superior hoje existentes, das quais 22 públicas e 34 privadas.
Por isso, Nyusi sublinhou que a aposta do governo no ensino superior visa produzir quadros “altamente” qualificados para participarem activamente na promoção do crescimento e desenvolvimento socioeconómico nacional.
Através da investigação, referiu, os quadros deverão produzir soluções científicas e tecnológicas para atender aos desafios do quotidiano e que, por via da extensão universitária, promovam a transferência de tecnologias para as comunidades e para o sector produtivo.
No tocante aos factores críticos que afectam o sector da educação, o Presidente da República disse que tem que ver com a qualidade de formação dos principais actores de educação formal, com principal destaque para os professores, que continua sendo a área onde os progressos são limitados.
“Com o efeito, mais de 90 por cento dos professores possuem formação psicopedagógica, mas apenas cerca de 40 por cento dos professores da educação básica tem um diploma de bacharel”, disse.
Referiu que existe ainda um maior número de docentes do ensino superior que leccionam sem o nível de pós-graduação.
A esse desafio, segundo o Presidente, aliam-se outros como o acesso limitado aos livros didácticos, fraquezas no atendimento de alunos com necessidades educativas especiais; o elevado rácio professor/aluno; e o reduzido acesso ao serviço de educação pré-escolar.
(AIM)
SC/mz