Maputo, 24 Jul (AIM) – A capital moçambicana Maputo acolhe perto de metade dos estudantes do ensino superior em Moçambique, facto que revela a persistência de as assimetrias regionais no país.
O facto foi revelado na manhã de hoje (24), em Maputo, pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, durante a abertura da Conferência Nacional sobre Educação de Qualidade em Moçambique.
A Conferência, um evento de dois dias, decorre sob o lema: “Por uma Educação de Qualidade, Inclusiva e Equitativa, em Prol do Desenvolvimento Sustentável”.
“Um reparo que merece a nossa atenção é o facto de 237.777 estudantes matriculados no ensino superior, 100.883, portanto o correspondente a 42,4 por cento estarem concentrados na cidade de Maputo e 57,6 para o resto do país, o que é uma grande disparidade”, apontou o estadista moçambicano.
Disse ainda que apesar das desigualdades o número revela avanços significativos no ensino superior.
“Avançamos muito, mas podemos fazer muito mais. Há mais facilidades para formar jovens”, referiu.
“Neste exercício não há culpados, precisamos em conjunto definir como garantir o gozo de direito a educação de qualidade para todos e ao longo de todo o processo de crescimento do nosso país”, vincou.
Disse ainda que apenas oito por cento dos jovens elegíveis no país frequentam o ensino superior, um número muito baixo comparativamente à região austral de África.
“Actualmente a taxa bruta de escolaridade no ensino superior encontra-se na ordem de oito por cento, uma cifra muito baixa comparativamente a realidade da SADC que é quase 10.
Portanto, estamos a dizer que naquele universo de jovens com idade para fazer universidade, só estamos a absorver oito por cento”, disse o estadista, afirmando que urge trabalhar para se alcançar pelo menos a marca actual de 9.6 por cento da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral.
“Perante esta dificuldade caracterizada por múltiplos desafios na área de educação e formação, o nosso ponto de partida e de toda comunidade é de nos juntarmos para procurarmos convergir as nossas ideias sobre o tipo de educação que queremos, como e onde queremos implementar”, concluiu.
(AIM)
CC/sg