
Milton Tatia, presidente da Associação Médica de Moçambique no centro
Maputo, 26 Jul (AIM) – A Associação Médica de Moçambique (AMM) pondera prorrogar por mais 21 dias a segunda fase da terceira greve nacional dos médicos que arrancou a dez do mês em curso também com a duração de 21 dias.
A prorrogação da greve será decidida próxima sexta-feira (28) depois da realização de uma reunião nacional da classe médica, segundo o presidente da AMM, Milton Tatia.
“Nós, como classe, teremos uma reunião nacional na sexta-feira onde vamos decidir a prorrogação desta greve por mais 21 dias, mas queremos anunciar que não existe, neste momento, condições para suspender a 2ª fase da 3ª greve dos médicos”, afirmou.
Os médicos argumentam como causa da possibilidade de prorrogação uma alegada existência de um documento enviado à classe dando conta da revisão do regulamento do estatuto dos médicos que, no seu entender, visa reduzir e eliminar os seus direitos.
“O Ministério da Saúde pretende reduzir e, de certa forma, eliminar ainda mais os nossos direitos. Pretende eliminar os subsídios de risco; a compensação pelo trabalho nocturno. Pretendem, também, eliminar a diferenciação do cálculo da remuneração extraordinária para médicos”, disse.
Nesta revisão do regulamento do estatuto dos médicos pretende-se, segundo a fonte, colocar todos os clínicos a trabalharem em regime de turnos e reduzir a diuturnidade de quatro para duas atribuições, sendo que o regime em vigor se iguala ao dos magistrados judicias, fixado em quatro atribuições.
Os médicos entendem ainda que a não resolução dos pontos de reivindicação que constam no seu caderno reivindicativo, entre eles o enquadramento salarial, não é necessariamente por falta de dinheiro, porque, segundo dizem, o Ministério da Saúde tem realizado encontros que acarretam custos fora da cidade de Maputo, entre seminários e formações.
“Nós temos consciência das dificuldades que o nosso país enfrenta, o que nós não percebemos é que, no meio dessas dificuldades, estão a ser realizados seminários e formações, com todos os custos que acarretam”, afirmou.
De referir que os médicos cederam, durante as fases de negociação com o governo, alguns pontos do seu caderno reivindicativo caso da redução do subsídio de exclusividade que passou de 40 para cinco por cento; subsídio de risco de 30 para cinco por cento e de turno que caiu de 30 para cinco por cento.
(AIM)
SC/mz