
Presidente do Niger, Mohamed Bazoum.
Niamei, 27 Jul (AIM) – Um grupo de militares nigerinos amotinados anunciou na televisão pública na quarta-feira (26) o derrube do governo democraticamente eleito, alegadamente devido à deterioração da segurança daquele país africano.
Os militares disseram que todas as instituições foram suspensas e que as forças de segurança estão a no comando da situação.
Os amotinados chamam atenção dos parceiros Internacionais para não interferência.
O anúncio foi feito após um dia de incerteza, quando membros da Guarda Presidencial cercaram o palácio presidencial e detiveram o presidente Mohamed Bazoum.
Ainda não há indícios do envolvimento e apoio de outras forças armadas, nem ficou claro o paradeiro do presidente estava no momento do anúncio ou se ele havia renunciado.
“Isso é resultado da degradação contínua da situação de segurança, da má governação económica e social”, disse o coronel major Amadou Abdramane da Força Aérea numa mensagem vídeo.
As fronteiras terrestres foram fechadas e imposto um recolher obrigatório até a estabilização da situação.
Na quarta-feira anterior, com recurso a redes sociais, a presidência do Níger anunciou que membros da unidade de guarda de elite se envolveram em uma “manifestação anti-republicana” e tentaram, sem sucesso, obter apoio de outras forças de segurança.
Acrescentou ainda que Bazoum e sua família estão bem, contudo o exército e a guarda nacional do Níger “estão prontos para atacar” se os envolvidos na acção não recuarem.
A Comissão da União Africana e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental descreveram os eventos como um esforço para derrubar Bazoum, que foi eleito presidente há dois anos na primeira transferência pacífica e democrática de poder do país desde sua independência da França em 1960.
Segundo a agência de notícias Africanews, Antes do anúncio, centenas de pessoas saíram às ruas da capital, Niamei, e cantaram “Não ao golpe de Estado” enquanto marchavam em apoio ao presidente. Houve disparos que pareciam vir do palácio presidencial que dispersaram os manifestantes.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em um comunicado “condenou veementemente a mudança inconstitucional de governo” no Níger, disse seu porta-voz na quarta-feira.
(AIM)
Africanews/ZT/sg