Maputo, 27 Jul AIM – A Professora Cátedra da Universidade Helsinki, na Helsínquia, pais europeu, Emer Hannele Niemi, lançou um alerta sobre os riscos do uso da inteligência artificial (AI, sigla em inglês) na academia.
A fonte diz ser urgente a regulamentação do uso da AI.
Niemi, que falava na palestra sobre “Inteligência Artificial na Aprendizagem e Ética“ que teve lugar na Universidade Pedagógica (UP), em Maputo, defendeu a privacidade dos dados, a salvaguarda dos direitos humanos, e a responsabilidade sobre aspectos éticos.
Apesar da sua importância para a comunidade académica, segundo Niemi, urge a necessidade de se discutir mecanismos adequados para que a “AI” seja uma ferramenta que não ponha em risco o processo de ensino.
“O uso da AI pode mudar o currículo escolar, pode mudar os métodos de ensino e avaliação, a relação com os estudantes e o próprio trabalho do professor, o qual não pode ser substituído pela AI”, disse Niemi.
A fonte, que ocupa o cargo de directora de Investigação na Universidade Helsinki, sublinhou que a AI, na aprendizagem, é uma área em constante revolução e tem sido tema de debate na actualidade.
A colaboradora da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) destacou o uso do “ChatGPT”, um programa de computador que tenta simular um ser humano na conversação com as pessoas, como aplicativo que está cada vez mais a contribuir na mudança do ecossistema educacional.
De acordo com o Instituto Nacional de Tecnologia de Informação e Comunicação (INTIC), recentemente, os criadores do “ChatGPT” voltaram a apelar à regulação do sector por forma a se evitar possíveis riscos de violação de direitos humanos e atentados à soberania dos povos e dos Estados.
Segundo INTIC, os fundadores comparam os novos sistemas de AI capazes de escrever, dialogar e programar como humanos como a energia nuclear e apelaram à criação de uma instituição equivalente à Agência Internacional de Energia Atómica (AEIA) para monitorizar o sector e realizar auditorias.
“Especialistas das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) consideram que é tarefa dos governos desenvolverem planos de acção nacionais para lidar com o potencial uso indevido da tecnologia e as empresas que forem a aderir devem ser responsabilizadas por eventuais riscos”, refere o INTIC.
Participaram no evento, docentes, investigadores e estudantes que, igualmente, trouxeram reflexões importantes acerca do sistema anti-plágio, papel do professor na nova dinâmica, e as estratégias que podem ser introduzidas sem pôr em causa a criatividade.
(AIM )
Leonel Ngwetsa (LW)/mz
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