Maputo, 31 Jul (AIM) – A produção pesqueira atingiu 218 mil toneladas durante o primeiro semestre de 2023, em Moçambique, anunciou hoje a ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas, Lídia Cardoso.
Segundo a governante, destaca-se a pesca artesanal que contribuiu com cerca de 95 por cento, seguida da pesca industrial e semi-industrial com quatro por cento e aquacultura com apenas um por cento.
“No primeiro semestre de 2023 a produção global pesqueira foi de 218 mil toneladas”, disse a ministra na abertura da I Sessão da Comissão Nacional de Administração Pesqueira, hoje, em Maputo, órgão consultivo do Governo para a administração e gestão dos recursos pesqueiros no país.
No mesmo período, disse a ministra, foram capacitados 618 pescadores aquicultores e construídos 155 tanques piscícolas.
Destaca-se ainda, “o povoamento de 595 tanques, financiamento de 197 beneficiários em bens e equipamentos e a celebração de 11 contratos com fornecedores de insumos, no valor de 80 milhões de meticais (cerca de 1,25 milhão de dólares), para beneficiar 689 pessoas”.
Nos últimos dois anos, adverte a ministra, os rendimentos médios da pesca mostram uma tendência decrescente em algumas pescarias, facto causado entre outros pela sobrepesca, persistência de práticas nocivas, redução das zonas potenciais de pesca por outras indústrias, poluição marinha, degradação dos ecossistemas marinhos, bem como pelo efeito das mudanças climáticas, situação que requer do sector os estabelecimento de medidas de gestão consentâneas.
Referiu que apesar das adversidades que afectaram o sector, a produção pesqueira tende a melhorar, mercê dos esforços empreendidos pelos sectores, reforçados pelo Pacto de Medidas de Aceleração Económica (PAE), aprovadas pelo governo em Agosto de 2022, como forma de responder a factores que minam a economia, entre eles a pandemia da Covid-19.
“Esta melhoria na produção resultou uma contribuição no Produto Interno Bruto de (PIB) 1,6 por cento e um valor global de 551 milhões de dólares”, referiu.
No que concerne aos desafios que do sector de pescas enfrenta, a governante destaca o combate a pesca ilegal e poluição marinha (em particular do lixo plástico); ordenamento da actividade da pesca e aquacultura; o controlo das descarregas do pescado e a gestão de conflitos decorrentes da actividade da pesca.
“São situações que nos chamam a atenção colectiva para a conjugação de esforços, com vista ao tratamento desses problemas”, refere.
Para o segundo semestre deste ano, o sector de pescas perspectiva, para além de treinamento de pescadores e aquicultores, a massificação da construção e provimento de tanques e gaiolas, com a intervenção de parceiros públicos – privados e a comunidades; intensificação de acções de fiscalização nas águas marítimas interiores, com vista a redução da pesca ilegal e do uso de artes de pesca não recomendadas.
Como forma de solucionar os problemas do sector a Comissão Nacional de Administração Pesqueira, descrita como uma plataforma avaliada para promoção de debates, inicia hoje a primeira sessão visando uma melhor gestão dos recursos pesqueiros, melhoria da produção e abastecimento do mercado interno do pescado
(AIM)
SC/sg