Quelimane (Moçambique), o1 Ago (AIM) – Um incêndio de grandes proporções destruiu, na madrugada desta terça-feira, cerca de 700 bancas mistas, no mercado central de Quelimane, província da Zambézia, Centro de Moçambique.
Testemunhas disseram à AIM, cerca das 04:30 horas, que as primeiras chamas foram vistas no interior do mercado, no maior centro comercial de referência, tendo, rapidamente, alastrado pelas restantes bancas.
“Logo pela madrugada eu e outros amigos taxistas deparamo-nos com fumaças naquela área do mercado, mas não nos demos conta, supondo tratar-se de uma queima de lixo, ou seja, limpeza matinal”, disse Bonito Alferes.
Cerca das 05:39 horas, a AIM testemunhou a evolução das chamas, o que precipitou a chegada de alguns proprietários para accionar os meios preventivos contra o incêndio, enquanto aguardavam pelo corpo de salvação pública, mesmo adjacente do local do sinistro.
De repente em plena correria uma multidão, entre proprietários, amigos, pessoas de boa vontade inundou o local procurando debelar o fogo, por um lado, e reaver os seus pertences para minimizar os prejuízos, por outro.
Contudo, a intensidade das chamas foi tanta que os bombeiros não evitaram a destruição total das bancas mistas.
As vítimas do incêndio, visivelmente agastados, lamentam a morosidade e a inoperância do Serviços Nacionais de Salvação Pública (SENSAP).
“Pontualmente, contactamos os bombeiros, mesmo aqui ao lado do mercado, mas fizeram-se ao local duas horas depois da participação, sem capacidade logística de resposta”, desabafou Liano Angel, um dos comerciantes.
Por sua vez, Lúcia Chilundo, acrescentou que “o carro jorrou pouca quantidade de água, voltou a sair. Assim, os serviços mínimos estão sendo garantidos pelos sérvios similares dos Aeroportos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).”
Entretanto, o comandante dos SENSAP, na Zambézia, André Cazangua, disse ser prematuro avançar detalhes sobre o móbil do incêndio, porém pelas dimensões, aventa a hipótese ter sido causado por um curto-circuito.
“Há vários cenários dentre eles a distracção no local de confeição de refeições, a qualidade das instalações electrificas e o carregamento de baterias de telemóveis através de meios rudimentares, vulgo amaras”, disse Cazangua.
Reagindo sobre alegada a inoperância do seu efectivo operativo, em caso de solicitação, o comandante reconheceu resultar da insuficiência de meios materiais e de acentuado estado obsoleto dos únicos três veículos em circulação na província.
“Neste caso, estamos a usar o único camião com capacidade para quatro mil litros em cada acção e estivemos na primeira leva. Se tivéssemos todos operacionais, o clamor popular não teria este levantar de tom desconfortável”, justificou.
Reiterou que o parque é de facto obsoleto, “mas vamos respondendo às necessidades em função das nossas capacidades de resposta limitada.”
Segundo ele, o ideal para debelar fogo desta magnitude, seriam necessários pelo menos três jactos simultâneos em diferentes pontos de fuga.
Até a retirada da AIM, uma vasta equipa de unidade policial desdobrava-se contra a onda de saques de bens, em grande escala.
Actualmente, o mercado central de Quelimane conta com 5.036 bancas mistas.
(AIM)
Lopes Obadias/Colaboração/dt