Maputo, 02 Ago (AIM) – Pelo menos 804 mil mulheres foram admitidas nos vários sectores de actividade em Moçambique, no período compreendido entre 2015 e 2022, anunciou hoje, em Maputo, o Presidente da República, Filipe Nyusi.
“Em relação ao empoderamento da mulher, estimulamos as iniciativas dos jovens, em especial das raparigas. De 2015 a 2022, 804.412 mulheres foram admitidas aos empregos, nas diferentes áreas”, disse Nyusi, durante o seu discurso na cerimónia de abertura da VII Conferência Nacional Sobre Mulher e Género.
O evento, de dois dias, decorre sob o lema: “Empoderando a Mulher para o Alcance da Igualdade do Género”.
No mesmo período, disse o Chefe de Estado, o governo, através da Secretaria do Estado Juventude e Emprego (SEJE), financiou 671 projectos, no âmbito dos programas das iniciativas juvenis, dos quais 224 para raparigas.
Já ao nível do sistema de formação profissional, Nyusi disse que os cursos foram redesenhados, como forma de incentivar a inscrição do maior número possível de raparigas.
“Actualmente, as raparigas representam 45 por cento das matrículas, contra seis por cento registados em 2015, nos cursos profissionalizantes”, disse, acrescentando que o resultado é significativo.
No domínio da saúde, o Chefe do Estado referiu que a oferta de serviços sanitários registou melhorias, particularmente o planeamento familiar, que passa a beneficiar 2.426.019 mulheres em 2022, contra 1.408.298 em 2016, facto que representa um crescimento de 39 por cento.
“Por seu lado, os partos institucionais aumentaram de mais de 661.296, em 2016, para 1.310.326, correspondente a 50 por cento do mesmo intervalo útil”, disse, sublinhando que, em 2022, Moçambique alcançou uma cobertura de 92 por cento de partos institucionais, facto que, “ilustra um indicador bom e encorajador”.
Nyusi desafiou as mulheres para não transformarem o evento num mar de lamentações mas sim para serem mais criativas e produzirem propostas de soluções aos problemas que enfrentam.
Referiu que Moçambique tem uma das maiores participações femininas na força de trabalho, atingindo aproximadamente 80 por cento.
Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as mulheres representam cerca de 52 por cento da população moçambicana, estimada em 32 milhões de habitantes. Actualmente, mais de dois milhões de agregados familiares, representando 34 por cento, de cerca de seis milhões de famílias, são chefiados por mulheres.
Por isso, disse Nyusi, “cuidar da mulher e da rapariga não é só um dever social, cuidar destas é parte da equação principal do processo de desenvolvimento”.
Conscientes das lacunas associadas às diferenças de género, o governo está a avançar com mais acções e políticas ousadas para empoderar as raparigas e mulheres, com um pacote de reformas legais progressivas, bem como investimentos programáticos.
“A chave para o sucesso da nossa estratégia é a compreensão de que as disparidades de género começam cedo na vida”, afirmou Nyusi, tendo acrescentado que “Se queremos empoderar as mulheres, precisamos, primeiro, de empoderar as raparigas, dando-lhes oportunidades de acumular capital humano e crescer como cidadãs saudáveis, produtivas e empoderadas”, frisou.
Participam no evento, além de membros do governo, a presidente da Assembleia da República de Moçambique, Esperança Bias, entre outros convidados.
(AIM)
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