
Bebe recém-nascido, em Moçambique. Imagem UNFPA
Chinga, (Moçambique), 03 Ago (AIM) – O centro de saúde de Chinga, posto administrativo do distrito de Murrupula, na nortenha província de Nampula, passou para a lista de locais seguros para as mulheres darem à luz, com a ligação da corrente da Rede Eléctrica Nacional.
Até recentemente, os partos eram feitos à luz de lanternas a pilhas ou velas, com todos os riscos daí decorrentes.
Cristina Xavier, agente de saúde e parteira tradicional, manifestou a sua satisfação e sentido de alívio, por ver que, doravante a saúde da mulher está salvaguardada.
“Era uma grande aflição, de noite, nem falo, lanternas e velas são as que nos ajudavam a fazer os partos, não era muito seguro”, contou.
Saíde Omar, director da unidade sanitária, é igualmente um homem satisfeito.
“Temos uma média de dez partos por dia e, antes, era mesmo um problema. Tínhamos à disposição painéis solares, mas dependíamos do bom ou mau tempo. De noite, muitas vezes ficávamos às escuras e os bebés, quando chega a hora de virem ao mundo, não querem saber se é de dia ou de noite”, ironizou.
O posto administrativo de Chinga, tem uma população estimada em 27 mil habitantes, principalmente camponeses.
João Gregório, Régulo Nampuio, o chefe dos líderes comunitários, orgulhoso, disse que de fome não se fala na área porque a terra é fértil e produz desde os cereais, as hortícolas e leguminosas e também se cria gado e muitas galinhas.
“O nosso problema era a falta de energia, agora estamos felizes, mas não completamente satisfeitos. Ao presidente Nyusi, vamos pedir que melhore as vias de acesso de Chinga, para viajarmos seguros para Cazuzo, Murrupula e Ribáuè. Há também uma ponte sobre o rio Lalaua que nos cria muita dor de cabeça”.
Nesta quinta-feira, a cerimónia da inauguração da rede eléctrica, motivou até os comerciantes a fazerem uma pausa nos negócios por conta da formalidade do evento.
Faizal Gente, tem um dinâmico negócio de venda de artefactos eléctricos e espera que o advento da luz aumente o número dos seus clientes.
“Agora tenho mais clientes, compram lâmpadas e outras pequenas coisas e até carrego os celulares de muitos que ainda estão no processo de ligação de energia nas suas casas”, disse.
Actualmente já estão ligados a REN, a secretaria da sede do posto administrativo, centro de saúde, posto policial, estabelecimentos comerciais, entre outros, num total de 121 dos 500 previstos.
(AIM)
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