Maputo, 04 Ago (AIM) – O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) em Moçambique reduziu em cerca de 927 milhões de dólares norte-americanos no primeiro trimestre do presente ano.
Segundo o vice-presidente do pelouro dos Serviços Financeiros na Confederação das Associações Económicas (CTA) Oldemiro Belchior, o IDE caiu dos 1.387 milhões de dólares norte registados no primeiro trimestre de 2022 para os actuais 460 milhões.
Belchior partilhou estes dados, quinta-feira, em Maputo, durante a 13ª edição do Economic Briefing da CTA.
A queda no investimento é justificada pelas “crises geopolíticas” que afectam o globo que “refrearam a procura externa”, sobretudo a tensão russo-ucraniana.
O IDE em Moçambique é predominantemente financiado através de créditos comerciais, sendo o Sector da Indústria extractiva o que mais absorveu nas últimas duas décadas.
Igualmente, o Crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), no primeiro trimestre de 2023, situou-se em 4.2 por cento, também influenciado maioritariamente pela indústria extractiva.
“Nos primeiros três meses de 2023, o PIB cresceu quatro por cento, que foi essencialmente sustentado pela indústria extractiva, hotelaria e restauração, transportes e agricultura (32, 11, 8.0 e 3.5 por cento respectivamente) ”, detalhou Belchior.
O também economista chefe do Millennium Bim, diz que o país se ressente da dependência da indústria extractiva, pelo que exorta a reflexão sobre o contributo das pequenas e médias empresas (PME ‘s) para o crescimento da economia nacional.
“Este crescimento é derivado da dinâmica dos mega-projectos e, olhando para a dinâmica dos mega-projectos, vamos observar que a economia é fortemente dependente da produção da indústria extractiva, mas, expurgando o efeito desses projectos, qual é o nível de contribuição que as PME’s têm no crescimento do PIB?”,questionou.
“E importante avaliarmos para vermos qual é a taxa de crescimento real ou a capacidade de geração de riqueza que Moçambique tem, excluindo os grandes projectos”, sugeriu.
Apesar do cenário, a fonte disse que, no geral, a apreciação em relação ao crescimento do país é positiva.
Argumentou que, “depois de uma contracção económica, em 2020, devido ao choque pandémico, logo em 2021, registou uma recuperação num ritmo mais, lento ainda com os efeitos da pandemia na economia”, contou.
Porém, “em 2022, registou-se um crescimento mais acelerado com o início da produção de gás natural liquefeito. Portanto, em 2023, o que se têm observado é o desempenho económico favorável.”
Para 2023, o executivo moçambicano espera um crescimento na ordem de sete por cento e, para 2024, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projecta um crescimento da economia moçambicana na ordem de oito por cento, todas influenciadas pela exploração do gás natural liquefeito (GNL).
(AIM)
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