
Nampula, (Moçambique), 04 Ago (AIM) – A Direcção Provincial da Educação e Desenvolvimento Humano de Nampula (DPEDH), no norte de Moçambique, distancia-se das cobranças reportadas em algumas escolas primárias e secundárias, nos cursos diurno e nocturno, para pagamento de salários de guardas e outras despesas do dia-a-dia.
O porta-voz da DPEDH, Faruk Carim, disse, em conferência de imprensa, esta sexta-feira, confirmou ter tomado conhecimento das denúncias, através do jornal electrónico “IKWELI”.
Face aos factos reportados pelo jornal, segundo a fonte, a escola secundária de Muatala, uma das denunciadas e outras estão sob investigação.
“Tomamos conhecimento, através de uma publicação num jornal, e estamos a investigar o que aconteceu. A escola secundária de Muatala é visada e tem oito mil alunos, estamos a investigar os factos reportados”, confirmou.
“Mas, para já, garantir que nenhum estudante pode ser impedido de realizar testes, exames ou outras avaliações, por falta de pagamento de qualquer taxa, todos os moçambicanos têm direito a educação”, enfatizou.
Nas últimas semanas, um grupo de jornalistas de vários órgãos de informação baseados em Nampula confirmou que, em diferentes escolas, entre secundárias e primárias, estavam a ser feitas cobranças, inclusivamente para pagamento de enunciados das provas semestrais.
No meio da recolha de informações foi possível apurar que, em muitas escolas, as organizações instituídas de pais e encarregados de educação criaram mecanismos para gerir alguns assuntos, numa clara participação da sociedade civil, no processo de ensino e aprendizagem dos seus dependentes, facto confirmado pelo porta-voz.
Sobre possíveis medidas a serem tomadas em relação ao impedimento de alunos de participarem no processo normal de ensino e aprendizagem, como a realização de avaliações, Carim disse que se aguarda pelas conclusões dos inquéritos em curso.
Contudo escusou-se a revelar o número de escolas onde a investigação decorre.
“Houve algum atraso na disponibilização do Apoio Directo às Escolas (ADE), mas já há escolas que procederam ao levantamento dos seus cheques”.
Questionado sobre a presença de vendedores de comidas, álcool e até drogas nas imediações e até mesmo no interior de escolas na província de Nampula, Carim explicou que o assunto está a ser tratado por brigadas multi-sectoriais.
“Existem brigadas multi-sectoriais que estão a tratar desse assunto. Temos o município, o gabinete de combate às drogas, além de que promovemos palestras nas escolas, para desencorajar estas práticas”, destacou.
A AIM, realizou, há dias, uma ronda, por diversas escolas primárias e secundárias da cidade de Nampula e constatou a instalação de bancas e barracas em recintos escolares, portões, passeios e áreas adjacentes que se dedicam a venda de todo tipo de alimentos, frutas verdes e da época, bebidas alcoólicas e drogas.
Neste caso particular, a escola secundária de Nampula está sinalizada como um local onde os alunos têm acesso a álcool e drogas de todo o tipo, estupefacientes vendidos nos portões, passeios e outros acessos.
Há dias, a direcção da escola secundária de Nampula expulsou um aluno, que sob o efeito de drogas, agrediu professores e colegas.
A província de Nampula conta, actualmente, com 2.392 escolas entre primárias e secundárias. Para o presente ano lectivo inscreveu 1.712.349 alunos, dos quais 825.978 são raparigas.
(AIM)
RI(Rosa Inguane)/dt