Maputo, 09 Ago (AIM)- O sector da Saúde em Moçambique vai introduzir a breve trecho uma nova estratégia de prevenção da malária, que passa pela administração de um insecticida nas águas inquinadas para reduzir a proliferação do mosquito causador da doença.
O recurso a esta abordagem visa baixar os actuais índices da doença, que já fez 210 mortes só no primeiro semestre deste ano.
O número de mortes representa uma redução em 23 por cento se comparado a igual período de 2022, altura em que 261 pessoas perderam a vida devido à malária.
Segundo o “Notícias”, o facto foi revelado segunda-feira (07), na cidade de Tete, centro do país, pela responsável pelo Controlo Vectorial no Programa Nacional de Combate à Malária no Ministério da Saúde (MISAU), Inês António, no encontro de planificação provincial para a implementação da campanha de acesso universal às redes mosquiteiras.
Revelou que o sector está a realizar diligências para mapear as poças de água, visando iniciar a aplicação da larvicida, inseticida que elimina as larvas do mosquito antes do seu desenvolvimento, evitando a sua proliferação.
António expressou preocupação com a elevada incidência da malária, tendo sido diagnosticados no período em alusão 6,5 milhões de casos.
“O fenómeno está relacionado às transformações que o país está a sofrer como resultado das mudanças climáticas. O número de ciclones que registamos nos últimos anos é bastante diferente do cenário que estávamos familiarizados e isso tem alguma influência”, fundamentou.
Acrescentou haver um aumento de casos de malária em menores de cinco anos de idade e mulheres grávidas, sendo estes dois grupos os prioritários, no quadro de desenho de estratégias para erradicação da patologia.
Explicou ser esta razão pela qual estes grupos, a par da distribuição massiva de redes mosquiteiras, recebem material de protecção em forma de reposição contínua.
Especificou que as gestantes têm acesso às redes nas consultas pré-natais e na 13.ª semana da gestação passam por um tratamento preventivo contra a malária.
Disse, igualmente, que este ano foram importadas redes mosquiteiras para distribuir em todas províncias, excepto Maputo-cidade e província e as capitais provinciais.
(AIM)
FF