Maputo, 14 Ago (AIM) – O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, quer ver solucionada, o mais breve possível, o problema do engarrafamento na Estrada Nacional Número Quatro (N4), causado pela enorme avalanche de camiões de carga oriunda da vizinha África do Sul para o Porto de Maputo.
Segundo o Chefe do Estado, os intervenientes-chave do sector dos transportes e comunicações do país, através de uma reunião agendada para discutir o assunto hoje, deverão apontar saídas para o problema que já se arrasta há anos.
Nyusi fez essa exigência hoje, em Maputo, durante o lançamento das comemorações dos 120 anos da infra-estrutura ferro-portuária da cidade de Maputo, evento que marca o trajecto secular do Porto de Maputo.
“A situação é constrangedora porque não se anda. Há dias, atrasei à uma reunião e tive que andar em contramão. Discutam isso e encontrem solução. O ser humano foi feito para pensar. Eu acredito que vocês vão conseguir fazer isso”, exigiu Nyusi.
O Chefe do Estado disse, ao grupo que vai hoje discutir a solução da N4, que tanto os moçambicanos, bem como os sul-africanos e a comunidade internacional aguardam com expectativa as soluções criativas para a flexibilização do fluxo de pessoas e bens naquela via.
Por outro lado, Nyusi defendeu um desenvolvimento ferro-portuário baseado num maior equilíbrio entre a carga rodoviária e ferroviária, mitigando o impacto do crescimento das operações do porto de Maputo sobre a N4, tratando-se do principal corredor do transporte de Moçambique e principal artéria do porto de Maputo.
Instruiu aos gestores portuários como o pelouro que gere os transportes e comunicações do país a encontrarem soluções para que o crescimento da economia ocorra em consonância com o bem-estar das populações, dos utilizadores da N4, bem como assegurar a manutenção das outras infra-estruturas de transporte que servem o corredor logístico de Maputo.
Sobre as comemorações dos 120 anos da infra-estrutura ferro-portuária da cidade de Maputo, o estadista moçambicano referiu que, volvidos 20 anos de parceria público-privada na gestão da infra-estrutura, salta hoje à vista os resultados dos investimentos realizados de forma contínua, garantindo não só a segurança e eficiência operacional, mas colocando o porto entre os mais competitivos da região.
Prometeu que, ainda este ano, o executivo vai colocar à disposição, mais um porto novo. Trata-se do Porto de Nacala, zona norte do país.
Já o director-geral da Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC), Osório Lucas, disse que a redução do congestionamento não deve ser feita por redução de negócio, dado os benefícios à economia e geração de emprego, mas sim uma fronteira mais flexível com base na introdução de tecnologia.
Defendeu, igualmente, a promoção de maior volume de carga ferroviária para o porto, que, na sua opinião, requer investimento em sistemas.
“O que nós pretendemos é encontrar uma equação equilibrada entre o aumento do volume ferroviário e o contínuo aumento de carga rodoviária, mas que passaria em horas de menor pressão. Nós e CFM estamos a trabalhar agora para integração dos nossos sistemas digitais que farão com que a comunicação seja mais fácil e a movimentação de vagões no porto também se torne mais fácil”, disse.
Refira-se que a empresa pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique e a Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC) têm vindo a implementar um conjunto de medidas para descongestionar a N4 e outras vias da cidade da Matola, com vista a flexibilizar o transporte de carga, mas, paradoxalmente, ainda não surtiram efeito desejado.
As medidas incluem a construção de um parque de gestão de tráfego para camiões que circulam na N4 com destino aos portos de Maputo e Matola, localizado em Pessene. A obra, orcada em três milhões de dólares norte-americanos, visa dar resposta célere aos desafios de congestionamento de tráfego na N4.
Para além do parque de gestão de tráfego, estão previstos, na segunda fase do projecto, a inclusão de serviços comerciais e o desenvolvimento de algumas actividades de tramitação portuária, que permitirão obter mais eficiência.
O Porto de Maputo, com um investimento acima de 800 milhões de dólares nos últimos 20 anos, representa a maior infra-estrutura portuária do país que serve a economia nacional e regional.
(AIM)
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