Maputo, 15 Ago (AIM) – Pelo menos 14 turmas, cerca de 350 alunos, estudam ao relento por falta de salas de aulas, no distrito de Chicualacuala, província de Gaza, sul de Moçambique.
O facto foi avançado pela administradora do distrito, Cacilda Banze, durante um encontro que manteve com deputados da Comissão dos Assuntos Sociais, do Género, Tecnologias e Comunicação Social (CASGTCS) da Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, e que visava fiscalizar o grau do cumprimento do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) referente ao ano de 2023, em Chicualacuala.
Citada num comunicado de imprensa da AR enviado, segunda-feira, à AIM, Banze disse que a falta de salas de aulas poderá ser colmatada, porque vai ser mobilizada a comunidade para construir salas e fabricar carteiras, usando o “material local”.
Relativamente ao rácio professor/aluno, o distrito registou uma redução, tendo passado dos 37 em 2022, para 36 no ano em curso, uma cifra que contribui, sobremaneira, para a conferir qualidade no processo de ensino e aprendizagem, no distrito.
“A exiguidade de orçamento é que faz com que o distrito não consiga cumprir na íntegra o seu plano. Tenho um ano de atraso orçamental e é impossível avançar com estas condições”, explicou a administradora.
No sector de saúde, existe um elevado índice da malária, que segundo Banze, pode ser causado pela inexistência dos serviços de pulverização intra-domiciliária.
“Há um plano para os próximos dias para a pulverização, com germicida, dos pântanos que se suspeita ser um dos vectores propagadores do mosquito transmissor de malária”, acrescentou.
Destacou a distribuição de pelo menos 737 redes mosquiteiras, durante a consulta pré-natal, o que corresponde a 100 por cento de mulheres grávidas que receberam as redes.
No primeiro semestre de 2023, o distrito registou 566 partos institucionais, o que representa 90 por cento da previsão, que era de 631 partos. Em igual período de 2022, o distrito teve 585 partos, e a meta era de 614.
“O aumento de partos institucionais é motivado pela introdução de Casa Mãe-Espera, e de palestras de sensibilização, levadas a cabo pelos técnicos de saúde.
Por seu turno, citada na nota, a presidente da CASGTCS, Lúcia Mafuiane, recomendou que se ultrapasse a problemática da existência de alunos que ainda recebem aulas ao ar livre, apesar de reconhecer a exiguidade orçamental no distrito.
Mafuiane ficou a saber que existem dificuldades para pagar as horas extraordinárias aos professores, bem como os salários para os que ingressaram nos últimos meses na função pública, apontando o sector da saúde como dos afectados por esse problema.
O PESOE de 2023, segundo a presidente da 3ª Comissão, está a ser cumprido e vai de encontro ao planeado.
“Tomamos nota dos vossos avanços e desafios, iremos partilhar com o governo central para ver se alguns desafios são colmatados”, assegurou.
(AIM)
ac/dt
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