
SUDÃO/GUERRA: Sobe para 4.000 o número de mortos
Cartum, 16 de Ago (AIM) – Pelo menos 4.000 pessoas são dadas como mortas desde que o conflito entre as Forças Armadas sudanesas, chefiadas por Abdel Fattah Burhan, e as Forças paramilitar de Apoio Rápido (RSF), lideradas por Mohamed Hamdan Dagalo, eclodiu no Sudão.
Liz Throssell, porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, anunciou o facto nesta terça-feira (15) numa altura em que o conflito entrou para o quarto mês.
Todas as tentativas de pacificação que se seguiram falharam. Os dois lados violaram continuamente os vários acordos de cessar-fogo e todas tentativas de mediação não produziram qualquer efeito.
A cada dia que passa, os combates continuam a provocar destruição, violações dos direitos humanos perpetrados por ambas partes e perda de vidas humanas.
Segundo Samy Talat, um voluntário em Omdurman, os civis morrem devido à falta de acesso a tratamento médico.
“Hoje, uma bomba atingiu um prédio ao lado do hospital, ferindo duas pessoas, uma mãe e sua filha”, disse Talat
“Levámos os feridos para o hospital, mas estava fechado e tivemos de procurar um médico recorrendo às redes sociais. Conseguimos chegar a um médico, mas infelizmente a mãe morreu e apenas a filha está viva”, explicou.
Cerca de 200 hospitais em todo o país foram fechados como resultado do conflito armado, disse o Ministério da Saúde nesta segunda-feira.
Desde que o conflito do Sudão eclodiu em 15 de Abril, o país mergulhou em uma terrível crise humanitária, com as Nações Unidas também alertando para assassinatos arbitrários e abusos sexuais desenfreados.
Na região de Darfur, no oeste do Sudão, os últimos combates também se transformaram em violência étnica, com a RSF e as milícias árabes aliadas atacando comunidades africanas, disseram as autoridades da Nações Unidas.
Segundo a agência de notícias Africanews, em um apelo conjunto, os chefes de 20 organizações globais disseram que mais de seis milhões de sudaneses estão à beira de passar fome.
“A situação está fora de controle”, disse o comunicado, assinado pelos chefes de várias agências das Nações Unidas, juntamente com organizações como Save the Children e CARE.
(AIM)
Africanews/ZT/dt