Maputo, 16 Ago (AIM) – O Banco Nacional de Investimentos (BNI) vai desembolsar 25 milhões de dólares, ao longo dos próximos cinco anos, para apoiar a exportação dos produtos das Pequenas e Médias Empresas (PME’s).
Deste montante, cada empresa poderá aceder a um valor mínimo de 500 mil dólares e um máximo de 6,5 milhões de dólares, pagos com juros bonificados por período também de cinco anos.
Falando na tarde desta quarta-feira (16) em Maputo, a chefe da Unidade de Desenvolvimento de Negócios da Direcção Comercial BNI, Ancha Omar explicou que mais de 100 empresas nacionais podem beneficiar do valor referido.
“Em relação ao número de PME’s que se pretende atingir nós fizemos uma estimativa de pelo menos 130 a 160 em função do volume de solicitação mínima, mas isto pode ser menos se nós tivermos solicitação de média alta”, disse.
“O BNI já trabalha a nível nacional mesmo sem representação física. Nas zonas onde não temos agências implantadas temos trabalhado com os serviços económicos locais”, acrescentou, citando como exemplo o Instituto para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas (IPEME) e representações da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).
Nas províncias o BNI também trabalha em parceria com a banca comercial. Embora o financiamento seja do BNI, o banco do cliente é o receptor do financiamento.
A fonte exortou as PME’s que queiram empréstimos inferiores a 500 mil dólares para não se coibirem e se “aproximarem ao banco” que vai avaliar caso a caso.
Por sua vez, o Presidente do pelouro da CTA, Evaristo Madime disse que a iniciativa visa garantir que os produtores moçambicanos possam ter recursos para a exportação de seus produtos.
“Queremos garantir que os produtores nacionais, com potencial de exportação, possam ter os recursos que precisam para organizarem as suas actividades para que tenham produtos em quantidade e qualidade para acesso aos mercados externos”, disse.
Frisou que é chegada a hora de Moçambique ter a capacidade de produzir de forma a eliminar ou reduzir as importações, bem como exportar para garantir uma melhor balança comercial.
“Moçambique tem potencialidade no mercado externo, estamos a falar em concreto de produtos de manufacturação e, nessa área, ainda estamos muito aquém mas é com este tipo de instrumentos que nós pensamos que Moçambique pode começar a marcar passos gigantes no sentido de começar a colocar os seus produtos no mercado internacional”, acrescentou.
Os beneficiários dos empréstimos deverão pagar uma taxa SOFR + 8,5 por cento ou + 9.5 por cento dependendo do risco da operação, taxa esta que Madime diz estar a trabalhar no sentido de a melhorar.
(AIM)
CC/sg