Maputo, 17 Ago (AIM)- Fornecedores de combustível ao Malawi voltaram a apostar nos portos moçambicanos da Beira e Nacala para importação de petróleos.
A decisão põe fim ao braço de ferro com o governo que os desencorajava a usarem o porto de Dar-es-Salam, na Tanzania, em detrimento de Moçambique.
Eles alegavam o congestionamento que se verificava no Porto da Beira, centro de Moçambique, o que encarecia a logística e a insuficiência de reservatórios no Porto de Nacala, na província nortenha de Nampula, como motivos que forçavam a opção por Tanzania.
Segundo a Rádio Moçambique, pesou para o recuo dos fornecedores os resultados positivos alcançados há sensivelmente duas semanas por uma delegação de alto nível do Malawi, que se deslocou à Moçambique.
A delegação discutiu vários acordos de cooperação com a Petróleos de Moçambique (Petromoc), Mozambique Zimbabwe Pipeline Company, Concord, Autoridade dos Portos de Moçambique e Alfândegas de Moçambique.
Os encontros mantidos resultaram na cedência de um espaço ao Malawi em Nacala para a construção de um porto seco, que irá facilitar e flexibilizar a logística dos produtos com destino àquele país, principalmente combustível e fertilizantes.
Na sequência da decisão do executivo malawiano que impõe que 70 por cento dos produtos petrolíferos devem ser importados a partir de Moçambique, 1,1 milhão de litros de gasóleo chegou terça-feira (16) à cidade de Blantyre via ferroviária a partir do Porto de Nacala.
Espera-se que, até ao fim desta semana, entrem para o Malawi 19,4 milhões de litros de combustível a partir dos portos da Beira e Nacala.
Nos últimos dois anos, Malawi tem sofrido uma aguda escassez de moeda estrangeira devido a desequilíbrios de oferta e demanda no mercado doméstico de divisas, evidenciado pelo declínio das reservas oficiais de câmbio e aumento do spread das taxas no mercado.
O Malawi precisa 3 mil milhões de dólares norte-americanos, por ano, para atender aos requisitos de importação contra os cerca de 1 bilião de dólares que o país produz.
(AIM)
FF