Maputo, 18 Ago (AIM)- O ministro moçambicano dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, afirma que o seu país já alcançou as condições de segurança necessárias para a retoma da construção da planta de produção de gás natural liquefeito, cujo projecto é liderado pela TotalEnergies em Palma, na província nortenha de Cabo Delgado.
Zacarias assegurou também haver diálogo constante com a empresa francesa para que o empreendimento seja retomado o mais rapidamente possível.
Segundo o “Notícias” de hoje, o governante não avançou, entretanto, datas prováveis da retoma do projecto, interrompido em 2021 na sequência dos ataques terroristas à vila de Palma, nas proximidades do acampamento da TotalEnergies.
A TotalEnergies lidera o maior investimento em África, orçado em 23 mil milhões de dólares norte-americanos.
“Depois de dois anos de muito trabalho feito pelas autoridades, há sinais claros de como as questões de segurança estão já criadas. Neste momento o Governo e a TotalEnegies estão a trabalhar, para que o mais depressa possível o projecto seja retomado”, indicou Carlos Zacarias, falando à margem do VIII Conselho Coordenador do MIREME, que decorreu até quarta-feira em Lichinga, província nortenha do Niassa.
Explicou que por enquanto não podem ser avançadas datas da retoma do projecto, porque há variáveis que devem ser discutidas previamente.
Esta posição de Carlos Zacarias surge depois de em Junho do corrente ano, durante uma visita à província de Cabo Delgado, o ministro da Defesa de Moçambique, Cristóvão Chume, ter também garantido que os níveis de segurança na região são satisfatórios.
O projecto de liquefação de gás liderado pela TotalEnergies é visto como podendo responder às necessidades do mercado do Atlântico e da Ásia, para além de explorar a crescente procura de energia do Médio Oriente.
Moçambique tem três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.
Dois desses projectos têm maior dimensão e preveem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para o exportar por via marítima em estado líquido.
Um é precisamente esse liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).
Um terceiro projecto concluído e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante de captação e processamento de gás para exportação, directamente no mar, que arrancou em Novembro de 2022.
(AIM)
FF
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2024-12-09