Maputo, 20 Ago (AIM) – A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) decidiu retomar à greve geral, a escala nacional, com início as 07h00 de hoje (19), e por um período de 21 prorrogáveis.
A greve resulta da falta de consensos entre a APSUSM e o governo moçambicano, findo o período de 60 dias que havia sido acordado entre as partes.
“Aquando das negociações a Associação reiterou que se dentro dos 60 dias, pedidos pelo governo, não houvesse a implementação e execução dos acordos no dia seguinte após o término do prazo se retornaria a greve”, explicou sábado (19), em conferência de imprensa, o presidente da APSUMSM, Anselmo Muchave
Referiu que a decisão foi tomada após a consulta aos membros a nível nacional que, por unanimidade, decidiram comunicar ao Governo a retoma da greve geral dos profissionais da saúde a partir das 07h00 horas do dia 20.08.2023 com a duração de 21 dias prorrogáveis.
Muchave recordou que as 07h00 de 1 de Junho último os profissionais de saúde levaram a cabo uma manifestação que culminou com a realização da primeira greve em todo o território nacional.
“A greve veio a ser suspensa por consenso bilateral entre a comissão representativa do governo e da APSUSM na primeira ronda negocial decorrida nos dias 3 e 4 de Junho 2023, com a justificativa de dar espaço ao governo para cumprir com os acordos alcançados, num período de 15 dias”, explicou.
A APSUSM afirma que a greve surge para reivindicar a melhoria das condições de trabalho e do trabalhador, incluindo a provisão de medicamentos aos pacientes de modo a reduzir o tempo de permanência nas filas das farmácias dos hospitais, entre outras.
A agremiação também exige melhoria nas camas hospitalares, a maioria das quais não tem colchões ou quando existem estão estragados. Também urge a aquisição dos respectivos lençóis para evitar que os utentes tragam roupa de cama de casa.
“As ambulâncias não têm materiais de emergência para o suporte rápido de vida, equipamento de protecção individual não descartável o que obriga aos funcionários a comprarem do seu próprio bolso”, acrescentou.
A APSUSM tem 65 mil membros, e segundo Muchave, todos vão aderir à grave mas garante a provisão dos serviços mínimos.
Muchave assegurou, numa outra conferência de imprensa havida na manhã de hoje (20),em Maputo, que a agremiação também vai garantir a manutenção dos serviços de urgência, maternidade e berçário.
“Ninguém irá morrer por falta de atendimento dos profissionais de saúde. Está garantido o atendimento nas urgências, nas maternidades e no berçário, por enquanto, até chegarmos ao consenso a 100 por cento”, assegurou.
Explicou que a decisão resulta de alguns consensos alcançados entre a APSUSM e o governo.
“Nós, como associação, concordamos com o governo que visitaríamos os armazéns a fim de conferir a existência de documentos e as condições em que estão conservados e que faríamos visitas às unidades sanitárias”, disse.
Acrescentou que a agremiação vai assegurar os serviços mínimos para que o governo também veja o interesse da associação de não prejudicar os cidadãos.
(AIM)
SNN/sg