Lisboa, 20 Ago (AIM)- A ministra da Agricultura de Portugal, Maria do Céu Antunes, anunciou que vão ser canalizados 35 milhões de euros da reserva agrícola para a produção de cereais, pecuária extensiva e apicultura.
Segundo Maria do Céu Antunes, ‘é uma ajuda essencial para responder à crise que o sector enfrenta devido à guerra na Ucrânia e às alterações climáticas’.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), a campanha de colheita de cereais para grão de outono e inverno, já concluída, é “a pior de sempre para todas as espécies cerealíferas”. O ano agrícola volta a sofrer os efeitos da situação de seca, quadro que abrange 96,9 por cento do território continental de Portugal.
“A colheita dos cereais para grão de outono/inverno está concluída, confirmando a actual campanha como a pior de sempre para todas as espécies cerealíferas, resultado dos decréscimos de área de produtividade”, adianta o INE nas previsões agrícolas divulgadas e citadas pela RTP..
Os cereais semeados tardiamente, por causa das chuvas de dezembro do ano passado e janeiro deste ano, foram “muito penalizados”. Por outro lado, a falta de precipitação na primavera e as altas temperaturas penalizaram igualmente o desenvolvimento de cereais praganosos, o que deu azo a um espigamento precoce.
Já a instalação de culturas de primavera e verão “decorreu com normalidade”, dado que o regadio está assegurado em 60 albufeiras. Cinco albufeiras hidrográficas mantêm-se, desde 2022, debaixo de restrições de rega.
O volume de água armazenada nas principais albufeiras com aproveitamento hidroagrícola, em Portugal continental, encontrava-se em julho a 66 por cento da capacidade total, aquém dos 71 por cento do mês anterior, mas acima do período homólogo, quando estava a 61 por cento.
Ainda segundo o Instituto Nacional de Estatística, a “escassa produção de matéria verde para o pastoreio” obrigou à antecipação da suplementação da pecuária em regime extensivo, com base em alimentos conservados.
No Alentejo, as quebras de produtividade da matéria verde foram de 20 a 80 por cento, com a maior redução a ter lugar nos concelhos de Castro Verde, Ourique, Mértola e Almodôvar. A norte do rio Tejo, todavia, a situação “não assume a mesma gravidade, estando a suplementação com alimentos grosseiros armazenados e/ou alimentos concentrados mais próxima dos parâmetros normais”.
“De um modo geral, as culturas de primavera e verão “apresentam um regular desenvolvimento, embora no caso do tomate para indústria se antevejam produtividades inferiores ao normal”, diz o INE.
Os pomares de pereiras e macieiras devem sofrer reduções de produtividade de, dez e 15 por cento, respetivamente, ao passo que a produção de cereja registou uma queda de 55 por cento, relativamente à anterior campanha.
Já a área de milho de regadio deverá igualar o valor do ano anterior – esta cultura, em fase de enchimento do grão, mostra “um bom desenvolvimento vegetativo e sem problemas fitossanitários relevantes
(AIM)
DM