Maputo, 21 Ago (AIM)- O grupo chinês Eternal Tsingshan vai implantar, nos próximos 18 meses, um porto seco, no posto administrativo de Machipanda, na fronteira entre Moçambique e o Zimbabwe, num investimento de cerca de 13 milhões de dólares norte-americanos.
O grupo opera no Zimbabwe, na área de mineração, sobretudo na produção de aço e níquel, cuja exportação é feita usando portos sul-africanos.
Segundo dados que o “Notícias” teve acesso, o porto seco de Machipanda vai manusear cerca de dois milhões de toneladas da sua carga, saindo de Zimbabwe para o porto da Beira, no centro de Moçambique, um número que poderá crescer com o manuseamento de outras cargas.
A implantação da infra-estrutura vai também reduzir as longas filas de trânsito rodoviário e aliviar o nível de congestionamento na fronteira de Machipanda, constituindo assim, um ganho para o grupo, uma vez que vai reduzir tempo, distância e custos de manuseamento, usando o porto da Beira.
Neste contexto, o ministro moçambicano da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, apresentou, no sábado (19), aos representantes dos Conselhos Empresariais das províncias centrais de Manica e Sofala o Eternal Tsingshan Group, no quadro da visita que o governante efectuou.
De acordo com Silvino Moreno, esta é uma iniciativa que vai impulsionar a actividade empresarial, tendo apelado as autoridades locais, instituições públicas e ao empresariado a acarinharem o projecto.
A visita do governante é no seguimento das acções, no âmbito da realização do Fórum de Negócios Zimbabwe/Moçambique em Maio último naquele país vizinho.
A fronteira de Machipanda, para além de Zimbabwe e outros países do interland, é importante para o desenvolvimento do corredor da Beira. É neste contexto que a Associação Comercial da Beira, que reclama de excesso de burocracia e morosidade nos procedimentos na fronteira, sugere melhorias nos serviços migratório e aduaneiro, para permitir maior celeridade no trânsito de pessoas e mercadorias.
Segundo Silvino Moreno, a preocupação não é apenas de Moçambique, Zimbabwe também está interessado, por isso o próximo passo será uma visita conjunta com as autoridades zimbabweanas para a harmonização de procedimentos e apresentar propostas de soluções.
Embora ainda sem datas para a sua concretização, a implementação da fronteira única é uma realidade e esforços neste sentido estão a ser feitos envolvendo os dois governos, por ser uma medida que vai aliviar o sofrimento dos utentes da fronteira e acima de tudo o desenvolvimento do corredor da Beira.
O grupo de investidores chineses vai igualmente instalar um parque industrial no distrito de Dondo, província de Sofala, na sequência da assinatura de um memorando de entendimento rubricado com o Governo moçambicano.
(AIM)
FF