Maputo, 19 Ago (AIM)- As autoridades moçambicanas estão a ponderar a possibilidade de lançamento do sétimo concurso de pesquisa e produção de hidrocarbonetos no país, tendo como objectivo garantir o licenciamento das áreas que podem ser proveitosas para o efeito.
Esta acção visa também gerar soluções que respondam ao actual desafio global da transição energética para fontes amigas do ambiente.
O ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, explicou que é preciso criar alternativas capazes de guiar o país perante a exigência de geração e consumo de energias menos poluentes.
O debate sobre a possibilidade de novo chamamento dos investidores no sector de petróleo e gás acontece numa altura em que o Instituto Nacional de Petróleos continua a clarificar os contratos dos consórcios vencedores do sexto concurso para posterior aprovação pelo Governo.
As empresas vencedoras deste concurso são Eni Mozambique, que vai operar na área A6-C, em Angoche, na província nortenha de Nampula, e a CNOOC Hong Kong Holding Limitada, que vai trabalhar na A6-D, A6-E, A6-G em Angoche, bem como S6-A e S6-B, no Save, entre as províncias central de Soofala e meridional de Inhambane.
“As negociações estão praticamente no fim e contamos que até o final deste ano os contratos sejam apresentados ao Governo para a aprovação para que as actividades se possam iniciar’’, garantiu o ministro, citado hoje pelo “Notícias”.
Ainda sobre o sexto concurso, o dirigente assegurou que o processo encontra-se bem encaminhado, havendo bons sinais de que os vencedores vão avançar com a execução do planificado.
O sexto concurso foi lançado a 24 de Novembro de 2021, visando a concessão de 16 áreas para pesquisa e produção de hidrocarbonetos.
Trata-se dum processo que foi dividido em duas fases – a pré-qualificação, com a duração de quatro meses, e a fase de qualificação, oito meses.
No total estão abrangidas 92 mil quilómetros quadrados.
Os programas de pesquisa propostos para o primeiro período têm o potencial de permitir investimentos que ascendem aproximadamente a 369.8 milhões de dólares norte-americanos.
Moçambique tem três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado, no norte do país.
Dois desses projectos têm maior dimensão e preveem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para o exportar por via marítima em estado líquido.
Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após o ataque armado a Palma, em Março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura.
O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).
Um terceiro projecto concluído e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante de captação e processamento de gás para exportação, directamente no mar, que arrancou em Novembro de 2022.
(AIM)
FF