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Maputo, 24 Ago (AIM)- A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) readmitiu a companhia Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) na câmara de compensação da organização, que reúne no mesmo sistema empresas aéreas e agências de viagens.
Segundo a circular 068/23 da IATA, de 22 de Agosto, sobre a “readmissão” da LAM – Linhas Aéreas de Moçambique na Câmara de Compensação (IATA Clearing House – ICH), que a Lusa teve quarta-feira (23) acesso, a companhia “já cumpriu com as obrigações junto da ICH”, embora não esclareça desde quando é que estava em vigor a sanção à companhia, em situação financeira difícil há vários anos.
A suspensão é levantada com efeitos a partir de 4 de Agosto de 2023, refere a mesma circular, data a partir da qual “reclamações” da LAM ou por outras companhias passam a poder ser aceites no ICH.
O mecanismo ICH é uma solução de compensação e apuramento de facturas entre companhias aéreas ou agências de viagens, em que entidades não aéreas também podem facturar entre si serviços prestados.
Fornece serviços de liquidação para o sector de transporte aéreo, aplicando princípios de compensação entre os vários agentes no activo.
A LAM está a ser gerida, em regime transitório, pela companhia sul-africana Fly Modern Ark e o ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Mateus Magala, adiantou em Julho que o Governo vai decidir com “muita ponderação” sobre os próximos passos, não assumindo se a transportadora será privatizada ou não.
Em Maio, a comissão de gestão da LAM anunciou que a empresa deixou de estar insolvente ao cobrar, desde Abril, 47,3 milhões de dólares norte-americanos em dívidas do Estado e privados, mas mantém risco de colapso.
O ministro dos Transportes e Comunicações defendeu a exploração de novas rotas internacionais, como uma das soluções para a recuperação das LAM, assinalando que a transportadora precisa de tempo para se tornar “relevante”.
“Esta (a criação de mais trajectos para fora do país pela LAM) é uma forma de resolver os nossos problemas”, disse Mateus Magala, em 30 de Junho, após o voo inaugural entre Maputo e Lusaka, capital da Zâmbia.
Assinalando que a transportadora de bandeira moçambicana deve dar passos seguros e significativos para consolidar o processo de recuperação, Magala acrescentou que o futuro passa pela exploração de novos destinos em África e noutros continentes, “viajando para destinos lucrativos”.
Considerou “histórico” o voo comercial inédito da LAM entre Maputo e Lusaka.
“O objectivo é, num futuro próximo, sentarmo-nos e tomarmos decisões estratégicas de futuro, que vão projectar a nossa companhia aérea como relevante no espaço da aviação civil”, realçou.
Mas antes, prosseguiu Mateus Magala, terá de haver cautela, para que não se repitam os erros que levaram a empresa à insolvência.
“A posição de endividamento ficou reduzida” melhorando o rácio de dívida sobre capital próprio, levando a LAM a deixar de ser considerada insolvente”, afirmou Sérgio Matos, membro da comissão de gestão da empresa.
Matos avançou ainda que a estratégia de salvamento da transportadora passa por reactivar a rota Maputo-Lisboa e explorar novos destinos como Brasil, Índia, Dubai e China.
(AIM)
FF