
Presidente Filipe Nyusi recebe o seu homologo de Cuba Miguel Diaz-Canel. Momento da revista a guarda de honra. Foto de Ferhat Momade.
Maputo, 25 Ago (AIM) – A cooperação entre Moçambique e Cuba, que data desde o ano de 1977 e marcada por uma maior incidência sociopolítica, deverá rapidamente expandir-se nos próximos tempos para abranger a área económica virada para ganhos mútuos.
A evolução é fruto das conversações bilaterais havidas hoje, em Maputo, entre o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e seu homólogo cubano, Miguel Días-Canel, no quadro da visita de trabalho de dois dias ao país.
Para o efeito, será elaborada uma matriz que irá orientar os próximos passos, documento a ser elaborado pelos pontos focais dos grupos de trabalho dos dois países.
“Queremos aprofundar a cooperação bilateral nas áreas cruciais onde temos vantagens mútuas e comparativas. Reconhecemos que há muito espaço para explorar a cooperação económica entre os dois países. Até agora temos estado juntos nas áreas de saúde, educação, ciência e tecnologia entre outros”, disse Nyusi.
Apontou os sectores da agricultura, comércio e turismo, que deveriam ser capitalizadas pelo sector empresarial de ambos os países.
Para já, enquanto não se conclui o instrumento, a cooperação continua dominada pelos sectores de saúde, educação e formação, dentro das bases foram lançadas pelos históricos presidentes das duas nações, Samora Machel, primeiro Presidente de Moçambique independente e Fidel Castro de Cuba em 1977.
Nyusi manifestou a sua solidariedade com Cuba, pelo bloqueio económico, comercial e financeiro que aquele país, imposto àquele país latino-americano. Por isso, apela ao levantamento do bloqueio para permitir que Cuba possa coabitar e participar livremente dos processos de desenvolvimento no mundo.
“Esse bloqueio foi imposto injustamente durante muito tempo. Reiteramos e exigimos que esse bloqueio seja removido. Saudamos a capacidade de resistência do povo cubano durante esses anos todos de bloqueio”, realçou.
No que concerne ao sector de saúde, Cuba deverá continuar a apoiar Moçambique na formação de técnicos e especialistas em saúde, para responder aos desafios emergentes.
Por sua vez, o estadista cubano, reconheceu que é chegada a hora de expandir a relação entre os dois países para o âmbito económico, dado o potencial existente. Isso deveria ter sucedido em 2019, mas sofreu um atraso devido a pandemia da Covid-19 dificultou a sua vinda a Moçambique.
Miguel Días-Canel assegurou que o seu país vai continuar a apoiar Moçambique no campo de saúde, formação e investigação.
Referiu que, hoje irá inaugurar uma clínica para o tratamento da diabetes em Maputo, um investimento feito pelo seu país para a melhoria de qualidade de saúde dos moçambicanos que vivem com a doença.
A visita de Díaz-Canel acontece 46 anos depois de visita de Fidel Castro.
A agenda do Presidente cubano, que se faz acompanhar pela sua esposa, Lis Cuesta Peraza, inclui uma visita a Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, Monumento aos Heróis Moçambicanos, Clínica Marcelino dos Santos, Embaixada da Cuba, entre outras actividades.
(AIM)
PC/sg