Maputo, 26 Ago (AIM) – Os Bispos Católicos de Moçambique apelam para uma melhor fiscalização eleitoral para permitir uma maior transparência, como forma de evitar a eclosão de conflitos pós-eleitorais.
“Para assegurar que, tanto a votação do próximo dia 11 de Outubro, como o apuramento dos resultados sejam transparentes, é necessário que os mecanismos existentes actuem com seriedade e eficácia de modo a permitir uma justa observação e fiscalização da votação no apuramento e validação dos resultados”, lê-se na nota pastoral dos Bispos Católicos de Moçambique por ocasião das eleições Autárquicas.
Os bispos afirmam que, infelizmente, os processos eleitorais têm sido ciclicamente uma ameaça a paz, que se deveria viver e consolidar em Moçambique. A experiência democrática assim o confirma como todos puderam constatar com amargura em anteriores pleitos eleitorais.
”Há, pois, que participar activamente nos actos eleitorais e tudo fazer para evitar qualquer perturbação neste processo. Da estabilidade económica e social e económica, depende em muito o futuro da nossa democracia”, lê-se na nota.
Os bispos chamam atenção para a aceitação de quem pensa diferente e do respeito pela diferença, pois consideram que todas as pessoas são livres de apoiar um ou outro partido.
Por isso ninguém deve considerar quem pensa diferente como inimigo. O espírito democrático e a maturidade humana e política devem levar-nos a aceitar o pluralismo de ideias.
Sublinham que a unidade deve prevalecer sobre o conflito e a convivência civil deve basear-se primeiramente naquilo que une os moçambicanos (bem-comum) e naquilo que os divide, sendo no caso vertente ideologia partidária.
Os bispos apelam para que as Forças de Defesa e Segurança assumam o seu papel de protecção do cidadão independentemente da sua filiação partidária e zelar pela manutenção da lei e ordem, sem extremismo, não intimidando nem favorecendo ninguém, antes e durante o processo eleitoral.
Consideram que a escolha de candidatos idóneos para dirigir os destinos das autarquias, constitui um passo importante para a solução dos problemas que afectam a sociedade moçambicana e, por isso, apelam para que os eleitores votem consciente e informados daquilo que representa o voto.
“A escolha é mais relativa a pessoas, sua competências e seus valores morais e cívicos, do que propriamente sobre ideologias. Trata se de escolher as pessoas mais capazes para a nobre missão de guiar nossos municípios, explicam.
Alias, as eleições são o momento mais importante para essa escolha. Pela lógica da proximidade e do conhecimento directo, mais facilmente se podem escolher pessoas sérias e capazes de promoverem o bem-comum, que é, por definição, o bem de todos.
As eleições autárquicas visam a escolha dos cabeças de listas que representa os partidos políticos que iram concorrer as VI eleições Autárquicas a ter lugar no dia 11 de Outubro próximo, nas 65 autarquias do país.
(AIM)
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