Maputo, 29 Ago (AIM) – Os eventos extremos ocorridos em Moçambique, na última época chuvosa, particularmente o ciclone tropical Freddy, causaram a morte de 314 pessoas e afectaram outras 1.356.671, ou seja 306.033 famílias, anunciou hoje a Presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), Luísa Meque.
Apesar desta cifra preocupante, o INGD assegura que o governo conseguiu mitigar o impacto negativo das inundações urbanas e cheias, na região sul do país, e do impacto do Freddy no sul e centro do país, garantindo assistência humanitária aos afectados, incluindo abrigo, alimentos e outros bens essenciais.
“De uma forma geral, durante a última época chuvosa no país ocorreram, em momentos e locais distintos, chuvas irregulares, chuvas acima do normal, inundações urbanas, cheias e tempestades, conforme indicavam as previsões climáticas sazonais”, disse Luísa Meque, durante a cerimónia de abertura da II sessão ordinária do Conselho Consultivo do INGD, que teve lugar no posto administrativo da Ponta d’Ouro, distrito de Matutuíne, província meridional de Maputo.
Segundo Meque, no quadro da implementação do Programa de Gestão do Risco de Desastres e Resiliência para fortalecer o governo a financiar e preparar resposta a desastres, o INGD conseguiu alcançar a ambiciosa meta de capacitar cerca de 1.500 Comités Locais de Gestão e Redução do Risco de Desastres a nível nacional.
A timoneira do INGD manifestou a sua preocupação com a necessidade de observar os mais elevados padrões de ética e transparência na gestão dos fundos e recursos públicos alocados ao INGD, apelando aos quadros da instituição para o aprimoramento do domínio do sistema de controlo interno e procedimentos administrativos e financeiros.
“A natureza das nossas actividades e a multiplicidade de actores que contribuem com bens para o desempenho das actividades do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres faz com que a nossa instituição seja sujeita a inspecções regulares. Entendemos que essas inspecções têm contribuído substancialmente para que a nossa instituição evite atropelar as normas instituídas no funcionalismo público”, referiu.
Para o reforço da transparência na gestão da coisa pública, de acordo com Meque, o INGD criou a Divisão de Auditoria e Controlo Interno, uma unidade projectada para operar de forma descentralizada, em todas representações para evitar o desvio das normas e procedimentos de funcionamento no seio da instituição.
Segundo a fonte, o desafio é atingir o mais alto patamar de rigor no controlo e gestão financeira.
A presidente do INGD alertou ainda que as previsões indicam que o cenário climático para este ano poderá ser influenciado pela predominância do El-Nino, um fenómeno associado a escassez de chuvas na região da África austral, remetendo detalhes ao Fórum Nacional de Antevisão Climática, evento agendado para o próximo mês.
(AIM)
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