
Rede mosquiteira para a protecção contra a picadela do mosquito
Gondola (Moçambique) 29 Ago (AIM) – As autoridades sanitárias vão distribuir cerca de 1,5 milhão de redes mosquiteiras impregnadas com insecticida a mais de 400 mil famílias de 11 distritos da província de Manica, centro de Moçambique.
Trata-se de um programa implementado pela Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), lançado esta terça-feira, em Gondola, um dos distritos beneficiários.
Na prática, segundo o director nacional de programas na FDC, Adelino Xirindza, a distribuição das redes mosquiteiras vai beneficiar 2,6 milhões de pessoas, correspondentes a 413,508 agregados familiares, na sua maioria considerados vulneráveis, e será feita no sistema “porta-a-porta”, num período de cinco dias.
Xirindza assegurou que as condições para o efeito estão criadas.
A província de Manica notificou 680 mil casos de malária no primeiro semestre deste ano, contra 380 mil de igual período do ano passado (2022).
Nos distritos de Machaze Machaze, Báruè, Vanduzi e Manica a evolução da doença foi em 100 por cento.
No lançamento da campanha, Xirindza disse que a actividade conta com o envolvimento dos líderes comunitários, religiosos e outros parceiros que trabalham para o combate à malária.
Lembrou que a malária é uma doença mortífera e que deve ser combatida com a participação de toda a população para erradicar a doença.
“Para a materialização desta campanha contamos com o apoio do pessoal treinado e um total de 430 viaturas vão escalar todos os distritos, excepto Chimoio, capital provincial”, explicou.
Xirindza disse que foram criadas equipas de trabalho. São no total 1.315 equipas de registo e distribuição, 262 monitores locais, 65 monitores distritais, 29 supervisores nacionais e provinciais, devidamente identificadas para evitar o surgimento de oportunistas nas comunidades.
“As famílias têm a missão de ajudar no controle e manutenção de segurança nas comunidades. Saber, efetivamente, se essas pessoas que vêm fazer a entrega das redes mosquiteiras estão devidamente identificadas. O resultado positivo desta campanha depende de todos nós”, anotou.
O lema escolhido para esta distribuição é: “Malária Fora Conta Comigo”.
Este lema, segundo Xirindza, leva a uma reflexão profunda sobre a importância de todos os moçambicanos estarem envolvidos na luta contra esta doença.
“Contudo, cada um, onde estiver, deverá pautar por um comportamento responsável para uma comunidade saudável”, defendeu.
Em Moçambique, a malária é uma das principais causas de morbidade e mortalidade.
Segundo a responsável de Controlo do Programa Nacional da Malária no Ministério da Saúde, Inês António, em Dezembro de 2022, foram registados, no país, cerca de 12.4 milhões de casos de malária, contra 10.1 milhões notificados em 2021. Contudo, nos primeiros seis meses deste ano (2023), foram registados 7.2 milhões de casos de malária.
“O aumento de casos de malária preocupa-nos, pois, poderá estar a resultar do agravamento das condições ambientais que propiciam a multiplicação dos mosquitos, como consequências das mudanças climáticas. A situação exige que enfrentemos a malária com maior determinação e firmeza, a fim de reduzirmos o peso desta doença e suas complicações”, disse.
O director dos serviços provinciais de Saúde, em Manica, Flávio Roque, afirmou, na sua intervenção, que a distribuição de redes mosquiteiras constitui prioridade para o governo, pois vai contribuir para a redução de casos de malária.
O desafio é garantir que as comunidades façam o uso correcto das redes mosquiteiras, sem fazer o desvio para outros fins, em detrimento da prevenção da doença.
“A malária ainda é um desafio da saúde pública. Ela retarda o desenvolvimento das comunidades e do país, em geral. Estas acções só serão alcançadas se houver uma colaboração conjunta entre a sociedade civil, sector público e privado na sua planificação e execução.
(AI)
NM/dt