
Matutuíne, (Moçambique) 31 Ago – O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco e Desastres (INGD), está a elaborar estratégicas para mitigar os efeitos do fenómeno climático El Nino, que poderá fustigar de forma acentuada as províncias de Inhambane, Gaza e Maputo, sul de Moçambique.
No entanto, a concepção do plano de contingência, instrumento vital para o controlo dos eventos extremos, ainda continua refém da antevisão climática, que, em princípio deverá ser conhecida próximo mês de Setembro.
Contudo, gozando de informação privilegiada sobre aludida previsão do clima, o INGD decidiu posicionar-se no terreno para se antecipar ao fenómeno que é descrito como de risco.
As informações disponíveis indicam que poderá caracterizar-se por secas severas e prolongadas, comprometendo a produção agrícola, situação que poderá perigar a segurança alimentar e nutricional nas zonas mais vulneráveis.
A informação foi partilhada hoje, no posto administrativo da Ponta d’Ouro, distrito de Matutuíne, província de Maputo, pela presidente do INGD, Luísa Meque, no último dia do II Conselho Coordenador, um evento de três dias durante o qual os participantes discutiram, aspectos ligadas a melhoria intervenção da instituição em caso de emergência.
“Sobre o El Nino, nós como instituição, estamos há um mês e meio a trabalhar e já temos algumas acções antecipadas ao longo das províncias da zona sul [do país], que são aquelas que vão sofrer de forma acentuada, com a previsão deste fenómeno El Nino. Sabemos que o El Nino é um evento de progressão lenta e estamos a adiantar a intervenção”, disse.
Meque reconheceu que o país transita para próxima época chuvosa com constrangimentos no que tange a levantamento conclusivo e reparação dos danos da época anterior, que fez mais de 300 mortes e afectou outras mais de 1,3 milhão de pessoas, deixando para trás um rasto desolador de destruição de infra-estruturas públicas e privadas, incluindo residências e campos produtivos.
Lamentou o facto de o país ainda continua a registar algumas regiões alagadas, o que desafia a instituição a aprimorar mecanismos da sua intervenção para mitigar o impactos nas regiões mais críticas.
“Estamos realmente preocupados porque gostaríamos de entrar para a próxima época chuvosa enquanto concluímos todos os danos, mas é difícil devido a conjuntura que o nosso país atravessa. Mas aos poucos temos vindo a fazer esforços para recuperação de algumas infra-estruturas”, realçou.
Refira-se que, ainda hoje, Meque entregou sementes melhoradas na Escola Primária Completa da Ponta d’Ouro, no âmbito da introdução de técnicas para agricultura sustentável e resiliente, bem como a entrega dos kits de prontidão a um novo Comité de Gestão de Risco de Desastres da Ponta d’Ouro, recentemente criado no âmbito da melhoria das condições para o aviso prévio.
(AIM)
PC/sg