Chimoio (Moçambique) 01 Set (AIM) – Seis membros da associação de operadores de mototáxis morreram este ano (2023), na província de Manica, centro de Moçambique, vítimas de agressão física e outro tipo de violência protagonizada por indivíduos que se faziam passar por utentes de serviço de táxi.
O caso mais recente é de um jovem mototaxista encontrado, há dias, sem vida no bairro Trangapasso, na cidade de Chimoio, capital provincial de Manica.
O corpo da vítima foi achado estatelado numa mata, com sinais de estrangulamento e queimaduras.
Os casos de assassinatos a operadores de mototáxis têm sido frequentes na cidade de Chimoio, principalmente na calada da noite.
Os criminosos fazem-se passar por utentes daqueles serviços, solicitando transporte para zonas distantes, onde, com recursos a armas brancas e outros instrumentos contundentes, assassinam os mototaxistas.
O presidente da Associação de Mototaxista em Manica, Neto Chiganda, disse à AIM esta sexta-feira (01), em Chimoio, que só este ano, a província registou seis casos de assassinatos contra membros da sua agremiação.
Para além de vítimas mortais, também há casos em que os membros são espancados pelos clientes e lhes são retirados a mota, valores monetários, telemóveis e outros bens.
“Os crimes acontecem no período nocturno. Há vezes que aparecem pessoas que querem os nossos serviços para uma determinada zona. Pelo caminho, partem para violência. Temos colegas que encontramos com vida, mas enquanto a mota, dinheiro e telemóveis foram levados pelos malfeitores. Para nós, isso é muito preocupante, lamentou Chiganda.
“Neste caso mais recente, apenas encontramos os restos mortais do nosso colega. O corpo está com sinais de queimadura. Pensamos que os malfeitores tentaram atear fogo para despistar-nos. Mas a mota e outros bens foram levados”, explicou.
Para reduzir a ocorrência destes casos, segundo Chiganda, a associação trabalha com a Polícia da República de Moçambique (PRM) e outras instituições.
Acrescentou que o objectivo é sensibilizar os membros da associação para uma permanente comunicação com os colegas e a polícia, em casos de qualquer solicitação para serviços nocturnos e fora da cidade.
“É importante comunicar a esquadra ou o posto policial mais próximo. Isso ajudará a ter pronto-socorro em situações de perigos de vida. Vejamos que neste último caso encontramos o corpo da vítima dias depois e quase decomposto. É triste, porque o crime ocorreu e ninguém tomou conhecimento sobre o desaparecimento do nosso membro”, lamentou.
Entretanto, o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), em Manica, assegurou que já foi aberto um processo-crime contra desconhecidos e decorrem investigações para identificar os envolvidos neste delito e levá-los à barra da justiça.
Segundo Candeeiro, a investigação está em curso com apoio da população para a localização dos supostos criminosos.
“Temos algumas pistas que achamos poderão nos levar a obter bons resultados. Acreditamos que o crime será esclarecido. Estamos a trabalhar com o envolvimento da população. Lançamos todas as nossas linhas operativas e estamos no terreno em busca da verdade sobre este assassinato”, assegurou.
Os crimes contra mototaxistas ocorrem com maior frequência ao longo do fim-de-semana nos bairros localizados na periferia da cidade de Chimoio e nos distritos de Sussundenga, Mossurize, Macate e Gondola.
Porém, a PRM tem estado a envidar esforços para combater este mal.
(AIM)
Nestor Magado (NM)/dt