Lisboa, 02 Set (AIM)- O antigo Primeiro-ministro de Portugal, Durão Barroso, voltou a afastar este fim de semana a candidatura às presidenciais de 2026, sublinhando que ‘não há minimamente uma hipótese’.
Provavelmente consciente de alguns erros cometidos durante o seu mandato como chefe do Executivo, Durão Barroso confessa que ‘mesmo se tivesse essa vontade, não sei se alguém votaria em mim’.
No final de uma ‘aula’ na Universidade de Verão do Partido Social-Democrata (PSD), Durão Barroso foi questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de se candidatar a Presidente da República, mas recusou voltar ao tema ‘todos os dias’, remetendo para declarações feitas em fevereiro deste ano em que afastou estar na corrida a Belém, dizendo que a sua convicção ‘é exactamente a mesma’. O PSD é o principal partido da oposição em Portugal.
Questionado se, no seu caso, ‘um nunca é mesmo um nunca’, respondeu: ‘Exactamente, já disse’.
Em fevereiro, o antigo primeiro-ministro foi questionado sobre o tema pelos jornalistas após lhe ter sido atribuído o título Honoris causa na Universidade Católica.
‘É o cargo mais importante que um português pode ter. Fico lisonjeado, mas não há minimamente uma hipótese. (…) Mesmo se tivesse essa vontade, não sei se alguém votaria em mim. Não estou nessa competição’, disse então.
O antigo líder do PSD, Durão Barroso, foi Primeiro-Ministro de Portugal de 2002 a 2004 (em Portugal os governos tem um mandato de quatro anos) e 11.º Presidente da Comissão Europeia de 2004 a 2014.
ALGUNS DOS ‘PECADOS’ DE DURÃO BARROSO
Recorde-se que, em 2003, George W. Bush (Presidente dos EUA), Tony Blair (Primeiro-ministro britânico), José Maria Aznar (Primeiro-ministro da Espanha) e Durão Barroso (Primeiro-ministro de Portugal) decidiram em cimeira nas Lajes (Açores) a invasão militar do Iraque para «eliminar as armas de destruição maciça» naquele país. A decisão foi tomada sem autorização da Organização das Nações Unidas (ONU).
A 5 de Junho de 2003, o então primeiro-ministro português, Durão Barroso, desvalorizou as declarações de responsáveis norte-americanos, segundo as quais a administração Bush decidira «por razões burocráticas» justificar uma guerra no Iraque com o falso argumento da existência de armas de destruição em massa.
Apesar das declarações terem sido proferidas por um falcão da administração Bush, Paul Wolfowitz, à revista Vanity Fair , Barroso justificou-se, afirmando: «Quando Portugal tomou posição na guerra do Iraque não foi esse o principal argumento que usámos na Assembleia da República», o Parlamento.
«Saddam Hussein já utilizou armas de destruição maciça contra o seu próprio povo, foram mortos centenas de milhar de curdos. A questão é saber se estas armas foram ou não destruídas depois», insistiu.
Duranta a invasão, Saddam Hussein (Presidente do Iraque) e filhos foram mortos mas as alegadas ‘armas de destruição em massa’ nunca foram encontradas.
Depois da Cimeira das Lajes, Durão Barroso decidiu abandonar o Governo para presidir a Comissão Europeia.
(AIM)
DM