Por Damião Trape, da AIM
Nairobi (Quénia), 05 Set (AIM) – O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, exigiu hoje, em Nairobi (Quénia), os países desenvolvidos para que cumpram as suas promessas, no quadro dos esforços para mitigar os efeitos da crise climática global.
Guterres abordou o assunto na Cimeira Africana do Clima, organizada pelo governo do Quénia, em coordenação com a Comissão da União Africana (CUA), um evento em que os líderes africanos pretendem construir uma perspectiva unificada para a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP28), que se realiza nos Emirados Árabes Unidos (EAU), em Dezembro próximo.
A Cimeira Africana do Clima decorreu sob o lema “Impulsionar o crescimento verde e soluções de financiamento climático para África e para o mundo”, na qual Moçambique participou com uma delegação chefiada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, que teve duas intervenções no evento.
Segundo Guterres, os efeitos da crise climática, afectam, sobremaneira, os países em desenvolvimento, particularmente africanos
Neste contexto, recordou que a África é responsável por apenas quatro por cento das emissões globais de carbono, contudo é o continente que sofre com maior severidade os efeitos das mudanças climáticas e do aquecimento global.
As consequências incluem a ocorrência de eventos extremos com maior frequência e intensidade tais como inundações, seca, entre outros, provocando milhares de mortes e destruição de infra-estruturas socioeconómicas, anulando todo esforço para garantir o bem-estar das populações.
“Todavia, é possível evitar os piores efeitos da crise climática, mas, para isso, é necessário um salto qualitativo das acções climáticas e mais ambição, em especial dos países desenvolvidos, que devem reduzir suas emissões”, apontou.
Reiterou que os países desenvolvidos devem cumprir, ainda, as suas promessas de alocar 100 mil milhões de dólares, anualmente, aos países em desenvolvimento, sobretudo as nações africanas, para que estas possam ter acesso às tecnologias adequadas para o desenvolvimento das economias verdes.
Trata-se de uma plataforma de concertação de ideias para que África tenha uma posição única na COP28.
(AIM)
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