Maputo, 03 Set (AIM)- O vice-presidente da Comissão Nacional de Eleições de Moçambique, indicado pela Renamo, o maior partido da oposição no país, critica a aprovação da candidatura da Revolução Democrática às eleições autárquicas de 11 de Outubro próximo com símbolos similares aos da sua formação política.
‘Os símbolos que jazem na Comissão Nacional de Eleições que suportam as candidaturas da Revolução Democrática continuam a ostentar as figuras que o Conselho Constitucional deu dez dias para retirar’, disse à comunicação social Fernando Mazanga, indicado para o CNE pela Renamo à margem do sorteio realizado sábado (02) para posições dos concorrentes às autárquicas no boletim de voto.
Em causa está a alegação da Renamo de que a RD, novo partido formado por dissidentes daquela organização política, esteja a usar símbolos e sigla parecidos, nomeadamente as imagens de André Matsangaíssa e Afonso Dhlakama, líderes fundadores.
Segundo a DW, Mazanga considerou que a RD não está a respeitar o acórdão do Conselho Constitucional que ordenou a troca dos símbolos, criticando a CNE pela forma como tratou do processo, alegando que o partido apresentaria um novo símbolo até terça-feira.
‘Fomos cinco que votámos contra esta aceitação da candidatura da Revolução Democrática ostentando ainda os símbolos’, referiu o representante da Renamo.
A CNE é composta por um total de 18 membros, sendo os dois vice-presidentes que o órgão possui indicados pelo partido no poder, a Frelimo, e a Renamo.
O órgão realizou neste sábado (03.09) um novo sorteio das posições dos concorrentes às eleições autárquicas de Outubro no boletim de voto, depois de o primeiro sorteio ter sido anulado, na quarta-feira, pelo Conselho Constitucional, que ordenou a adição da RD na lista de candidatos.
A CNE justificou a rejeição da candidatura – através do grupo de trabalho criado para o efeito – com o facto de o partido ter formalizado a entrega das listas fora do prazo estabelecido e por utilizar símbolos da Renamo.
Mais de 8,7 milhões de eleitores estão inscritos para votar nas sextas eleições autárquicas.
Os eleitores vão escolher 65 novos autarcas, incluindo em 12 novas autarquias, que se juntam a 53 já existentes.
Nas eleições autárquicas de 2018, a Frelimo venceu em 44 das 53 autarquias e a oposição em apenas nove, casos da Renamo, com oito, e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido, com uma.
(AIM)
FF