Maputo, 06 Set (AIM) – O administrador do distrito de Palma, na província nortenha moçambicana de Cabo Delgado, João Buchili, afirma que a segurança neste distrito, um dos mais afectados pelos ataques terroristas, foi totalmente reposta.
“Em termo da segurança, o distrito de Palma está fora do perigo dos terroristas. As Forças de Defesa e Segurança estão a trabalhar no sentido de, definitivamente, terminar com esse processo dos terroristas”, disse João Buchili.
O dirigente, que falava terça-feira (05) aos jornalistas, na cidade de Pemba, capital de Cabo Delgado, afirmou, ainda, que as populações já praticam agricultura num raio de cerca de 30 quilómetros da sede distrital sem precisarem de escolta ou intervenção das Forças de Defesa e Segurança, o que há um ano não acontecia devido à insegurança provocada pelos ataques, tendo a vila chegado a estar ocupada em 2021.
“As populações estão fazendo suas machambas [cultivo] (…) perto da vila, em todas as comunidades, estão a fazer suas machambas nas zonas longínquas, estão a sair a uns 25 a 30 quilómetros, sem escolta nenhuma, porque a segurança permite”, declarou o administrador, citado pela Lusa.
O dirigente apelou, ainda, à população, sobretudo aos jovens, para reforçarem a vigilância e para denunciarem qualquer movimentação suspeita.
“Reportar qualquer situação estranha às Forças de Defesa e Segurança moçambicanas, Força Local e forças ruandesas (…). Os jovens motociclistas receberam reflectores, porque eles é que conhecem, eles é que levam pessoas de um ponto para o outro, eles podem facilitar informação relacionada com pessoas estranhas”, concluiu, dirigindo o mesmo apelo aos pescadores.
A província de Cabo Delgado enfrenta há quase seis anos ataques armados, sendo alguns reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A acção levou a uma resposta militar desde Julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projectos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.
O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos, ACLED.
(AIM)
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