Maputo, 08 Set (AIM) – Cerca de 800 mil pessoas poderão ser afectadas pelas cheias e inundações durante a próxima época chuvosa em Moçambique, indicam as previsões hidrológicas da Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH).
Segundo o chefe do Departamento de Recursos Hídricos, Agostinho Vilanculos, além deste número, prevê-se ainda que algumas áreas de elevado potencial agrícola poderão ser afectadas pelas inundações.
“Em termos de alguns impactos que nós estamos a prever, em termos de cheias (sem incluir ciclones e outros eventos), estamos à espera de cerca de 800 mil pessoas que podem ficar afectadas”, enquanto em termos de áreas que podem ser afectadas “são cerca de 280 mil hectares”, disse.
A fonte falava no X Fórum Nacional de Antevisão Climática, um evento de um dia promovido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), em Maputo, que tinha por objectivo de divulgar a Previsão Climática Sazonal para a época chuvosa 2023/24, bem como cenários hidrológicos, agrícolas, de saúde pública, de gestão de infra-estruturas e energia.
Referiu que, para a região sul, existe um risco moderado para a ocorrência de cheias pelo facto de a Barragem dos Pequenos Libombos estar num nível alto, com 350 milhões de metros cúbicos armazenados, facto que requer uma gestão cautelosa.
Aliás, segundo Vilankulo, na África do Sul e no Reino de Eswatini, ambos países vizinhos e de montante, registam um nível de armazenamento muito alto à semelhança de Moçambique, o que significa que qualquer chuva que cair nesses países a água pode-se transformar em escoamento e fluir para o território nacional.
“Isso nos coloca numa situação de que, para as Bacias de Umbelúzi e Incomáti, nós estamos a prever um risco moderado para este primeiro período de ocorrência de cheias [nos meses de Outubro, Novembro e Dezembro] ”, disse, acrescentando que para o segundo período, que vai de Janeiro a Março, espera-se um risco moderado a alto em toda região sul.
Já nas regiões centro e norte, espera-se a ocorrência de chuvas normais, com tendência para acima do normal, particularmente no segundo período da época chuvosa, onde se prevê um risco moderado a alto de ocorrência de cheias.
“Esta previsão pode-se agravar a partir do momento que nós tivermos, por exemplo, situações de ciclones. Mas se não tivermos uma situação dessa natureza”, disse.
(AIM)
SC/sg