Maputo, 07 Set (AIM) – O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, condecorou hoje 30 individualidades com a medalha “Veterano da Luta de Libertação de Moçambique”, sublinhando que a mesma “significa um farol de reconhecimento de todos os compatriotas para os combatentes que, com devoção à causa da libertação nacional, manifestaram disponibilidade a sacrificar as suas próprias vidas”.
Nyusi falava na cidade de Maxixe, província de Inhambane, sul do país, por ocasião do 7 de Setembro, Dia da Vitória, que este ano se celebrou sob o lema “Combatente firme na consolidação da unidade nacional, paz, desenvolvimento e combate ao terrorismo”.
Iniciada a 25 de Setembro de 1964, a luta de libertação nacional resultou na assinatura dos Acordos de Lusaka, a 7 de Setembro de 1974, na capital zambiana, Lusaka, entre a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) e o governo português. O acto abriu caminho para a proclamação da independência de Moçambique a 25 de Junho de 1975.
Através de decreto presidencial emitido quarta-feira (06), o Chefe de Estado moçambicano distinguiu um total de 1.190 cidadãos nacionais com a medalha “Veterano da Luta de Libertação de Moçambique”.
“Nesta jornada de reconhecimento aos que desafiaram as trevas da operação colonial e alcançaram os estandartes da nossa independência, já condecoramos 17.751 combatentes com a mesma medalha”, afirmou.
Agradeceu a comissão encarregue de distinguir os cidadãos moçambicanos, reconhecendo de seguida não ser um exercício fácil seleccionar criteriosamente os distinguidos dentre muitas propostas que recebe.
Relativamente a pensão do combatente, o governo, de acordo com Nyusi, concluiu que deve ser aumentado, mas a actual realidade do país “ainda não permite o reajuste”.
Afirmou que dentro de dias, o governo vai retomar o pagamento dos subsídios mensais aos combatentes que havia sido interrompido para dar espaço ao registo e a prova de vida.
Segundo Nyusi, o subsídio mensal vai abranger efectivos devidamente identificados e registados, que actuam nas áreas directamente afectadas pelo terrorismo, nomeadamente os distritos de Palma, Mocímboa da Praia, Mueda, Nangade, Quissanga, Macomia e Muidumbe, todos na província de Cabo Delgado, norte do país.
“É lá onde temos a situação mais delicada neste momento”, disse, reconhecendo os desafios imensuráveis que os combatentes afectos no Teatro Operacional Norte enfrentam.
“Mas permanecem resilientes; estão 24 sobre 24 horas a proteger a zona, o que significa que não têm tido tempo para ir fazer as culturas nas machambas”, sublinhou.
Acrescentou que os subsídios “não são infinitos” e os combatentes não devem confundir a condecoração com o valor da pensão em curso, “apesar de o governo ter a consciência de que o valor da pensão requer uma reavaliação”.
A província de Cabo Delgado tem sofrido desde Outubro de 2017 ataques terroristas, reivindicados por Estado Islâmico.
Participaram na cerimónia do Dia da Vitória, cerca de 500 combatentes oriundos de todo o país.
(AIM)
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