Angoche (Moçambique), 07 Set (AIM) – O início das obras de asfaltagem e reabilitação da Estrada Nacional número 104 (N 104), no troço de 98 quilómetros, entre o município de Angoche e a vila de Nametil, sede do distrito de Mogovolas, na nortenha província moçambicana de Nampula, tem desdobramentos nas área de abastecimento de água, construção de escolas e ambiente.
O lançamento da primeira pedra para a asfaltagem deste troço foi feito, quarta-feira (06), pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, perante centenas de populares.
A estrada, segundo os seus utentes e o governo, é essencial para a ligação segura e eficiente entre a capital provincial de Nampula, cidade de Nampula, e os distritos de Angoche, Moma, Mogovolas, todos no litoral sul, que são potenciais produtores de diversos produtos, como mandioca, milho, feijões, arroz, mapira, castanha de caju, algodão e gado bovino e caprino.
Financiado em 48 milhões de euros pela União Europeia e com duração prevista para 26 meses, a estrada convoca aspectos ligados a responsabilidade social e bem-estar das comunidades locais.
O Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos aponta como ganhos o empoderamento comunitário, melhoraria da segurança rodoviária, sensibilização em saúde e serviços de transporte rural.
Nessa perspectiva, está projectada a construção de dois blocos de salas de aula adicionais em escolas nos distritos de Angoche e Mogovolas e a abertura de furos de água em Napaco, Namuca, Luaze e Boila, com muros de vedação.
No que respeita a preservação ambiental, este projecto contempla o plantio de árvores em escolas e outros locais.
Rui Monteiro, representante da população, disse que a expectativa é que a estrada pronta traga mais desenvolvimento e investimentos que gerem postos de emprego para aumentar a renda das famílias, além de reduzir o tempo de viagem até a cidade capital, Nampula.
Monteiro disse que a população quer muito mais. “O povo angocheano aguarda ansiosamente pelos estudos sobre os hidrocarbonetos na bacia de Angoche e que tragam resultados desejados de modo que a exploração desses recursos energéticos sejam uma mais-valia e melhorem a vida da população. Igualmente aguardamos pela materialização do porto de pescas de Angoche, mas estamos cientes de que o país passa por desafios, as boas coisas não acontecem de uma única vez”, detalhou.
Entretanto, o representante da União Europeia, Duarte Graça, parceiro do governo nesta acção, manifestou o seu interesse em assegurar que Nampula concretize o seu potencial produtivo, agrícola, pesqueiro, comercial e turístico com aposta na educação da população.
“A União Europeia está na vanguarda da luta contra as alterações climáticas e está determinada — juntamente com o governo moçambicano — a construir infra-estruturas resilientes e menos vulneráveis aos fenómenos meteorológicos. Ou seja, construir melhor e apostar na manutenção para evitar a necessidade de reconstruir e os correspondentes pesados encargos financeiros”, salientou.
O empreendimento é uma extensão do lote I do projecto “Promove Transporte”, financiado pela União Europeia em 358 milhões de euros. Para além de visar a reabilitação e manutenção de estradas rurais, abrange também os sectores de energia, agro-negócio, nutrição, biodiversidade, comércio e transporte rural na província de Nampula e central da Zambézia.
(AIM)
(Rosa Inguane)/FF