Maputo, 14 de Set (AIM) – O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, desafiou hoje o Ministério de Saúde (MISAU) e da Indústria e Comércio (MIC) a incentivarem o investimento para estimular a produção de medicamentos, vacinas e outros produtos hospitalares, devidamente certificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no país.
“Não podemos ser um país que não produz nem um medicamento, podemos até não descobrir medicamentos, mas temos que adquirir uma licença e produzirmos aqui, vacinas também”, disse o Chefe de Estado.
Nyusi falava hoje, em Niassa, durante a Inauguração do Hospital Provincial de Lichinga.
Segundo Nyusi, com a produção nacional, o país poderá administrar melhor e deixará de ser um mero consumidor, passando para um país produtor e poderá também vender a outros países.
“O país poderá gerir melhor os medicamentos e, quando a produção for muita, podemos dizer pára, agora não temos capacidade de armazenamento, continuem com a produção no próximo ano”, disse.
Segundo Nyusi, com a produção nacional, o país poderá mitigar o contrabando de medicamentos que, muitas das vezes, não se conhece a sua condição real.
O chefe de Estado defendeu que o país não deve priorizar a compra de produtos estrangeiros em detrimento dos nacionais.
“Quando essas coisas são produzidas aqui em Moçambique, temos que adquiri-las. Não trazer de fora para concorrer com produto nacional. O produto nacional aparenta caro, mas temos que influenciar para que não seja caro”, recomendou.
“Com comprimidos nacionais, até soro moçambicano e a vacina produzida em Moçambique, nos libertamos de importações, mas também deixamos de depender do exterior”, acrescentou.
Na ocasião, Nyusi exortou os funcionários da Saúde a serem mais comunicativos, a dialogarem mais com a população como forma de mitigar doenças e chamou atenção para que o pessoal de saúde se abstenha de cobranças ilícitas.
“É nossa expectativa que o pessoal de saúde que aqui está, desempenha o papel de diálogo e de curar as doenças. A grande maioria dos problemas que são diagnosticados tem a sua origem na comunidade, a malária vem de lá“, disse.
Reiterou que, havendo diálogo, será fácil ensinar a comunidade a se prevenir e a mitigar as doenças.
“O outro apelo que fazemos ao pessoal de saúde é de não aceitar que os poucos que continuam a fazer cobranças ilícitas ou outro tipo de má conduta continuem a manchar a reputação e o sacrifício de toda a classe profissional”, disse.
Segundo Nyusi, na área de saúde, o país conseguiu reduzir a mortalidade por doenças infecciosas como a cólera e o HIV-SIDA, nos últimos anos, e, em relação à malária, reduziu a mortalidade infantil de até 5 anos de idade.
Adamo Bonamar, líder religioso, disse estar satisfeito com a inauguração e exortou a população para conservar a infra-estrutura.
“Este hospital é uma bênção para o povo do Niassa e os citadinos de Lichinga também. Peço para que preservemos e usemos de boa forma, de modo a garantirmos o nosso bem-estar e que a geração vindoura beneficie se do mesmo”, apelou
As obras de reabilitação e ampliação do hospital permitiram modernizar a unidade hospitalar que conta, actualmente, com 33 blocos e uma capacidade de internamento de 342 camas, contra as anteriores 271 camas. As obras custaram cerca de 500 milhões de meticais (cerca de 7.8 milhões de dólares americanos).
(AIM)
ZT/dt