Maputo, 15 Set (AIM) – O Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, contesta acusações de alegadas tentativas de assassinato de alguns cabeças-de-lista, no contorno das eleições autárquicas de Outubro Próximo.
Trata-se de acusações que foram recentemente feitas por alguns partidos políticos, através das redes sociais e certos órgãos de comunicação social.
Bernardino Rafael falava esta sexta-feira, no comando provincial de Maputo, na província com o mesmo nome, durante uma parada que serviu para a apresentação simbólica de novos efectivos da polícia de trânsito, que passam a integrar as fileiras da cooperação em todo o país.
O Comandante-geral da PRM disse que estas acusações são infundadas e revelam a falta de manifesto eleitoral por parte dos partidos em causa.
“Deixem aqueles políticos que querem transformar a polícia como a oposição deles. Esses não têm manifesto certo, eles se vitimizam que a polícia quer assassinar. Assassinar a quem para ganhar o quê? Há políticos que, para poderem ser aplaudidos, precisam de gastar todo o dicionário a falar mal do polícia, para quê?”, questionou.
Acrescentou que estes políticos “estão a perder tempo.
“A polícia sempre vai existir, mesmo quando fores presidente, a polícia vai existir, não tem como extinguir a polícia, porque, quem precisa da polícia, é o moçambicano. Não investem por pensar em todo aquele dicionário para ofender. Nós não estamos preparados para isso, nem queremos assassinar ninguém”, disse.
O chefe da corporação salientou que as formações políticas estão a prejudicar a si mesmas, assumindo que o polícia é também um eleitor.
“Infelizmente, quando um partido não sabe que o polícia é também eleitor, esse político está perdido. Com tantos polícias ofende um, perdeste quantos votos? São políticos que não têm visão para si próprio, isso é como cortar a sua própria perna. Nós somos da Segurança Pública simplesmente, mas atenção somos votantes”, referiu.
Segundo o comandante-geral, a corporação está preparada para a garantia da ordem e tranquilidade públicas, em todo o processo eleitoral, neste momento com o foco virado para a campanha que terá o seu início a 26 de Setembro corrente.
“Caros colegas, vamos cumprir os nossos planos, nossa agenda de proteger as caravanas ou os candidatos em comícios ou ‘showmícios’ como queiram ser chamar. Os políticos vão ter que promover o seu olhar quem é quem. Nós queremos que os políticos nos aproximem, nos digam os programas deles e vamos lá ao encontro deles”, disse.
Na ocasião, o Comandante-Geral da Polícia deixou novas orientações para a actuação da Polícia de Trânsito (PT) nas estradas nacionais.
Os cabeças de lista que acusaram a polícia de tentativa de assassinato são o Edil da província de Nampula, Paulo Vahale, a 22 de Agosto passado e, duas semana depois, o presidente do Município de Quelimane, Manuel de Araújo, e o cabeça-de-lista de Nacala Porto, Raul Novinte, ambos da Renamo, o maior partido da oposição.
(AIM)
Fernanda da Gama (FG)/dt