Maputo, 18 Set (AIM)- A organização terrorista Estado Islâmico reivindicou, através dos seus canais de propaganda, ter executado 11 cristãos em Moçambique, no distrito de Mocímboa da Praia, província nortenha de Cabo Delgado.
O grupo terrorista, que actua na província de Cabo Delgado há praticamente seis anos, refere igualmente que atacou à bomba elementos das Forças Armadas moçambicanas.
Fontes locais ouvidas domingo (17.09) pela Lusa avançam que o ataque terá ocorrido por volta das 15:00 locais de sexta-feira (15.09) em Naquitenge, uma aldeia do interior do distrito de Mocímboa da Praia, mas não confirmam a incursão contra elementos do exército moçambicano.
“Quando chegaram ali convocaram uma reunião. As pessoas da aldeia não sabiam que eles eram terroristas e, depois disso, começaram a separar os cristãos de muçulmanos, com base nos nomes. Depois disso, abriram fogo contra os cristãos”, disse à Lusa uma fonte que perdeu o sobrinho durante o ataque.
Embora o Estado Islâmico reivindique a morte de 11 pessoas, fontes ouvidas pela Lusa falam de pelo menos 12 mortos no local e vários feridos.
“Eles praticamente ‘regaram’ as pessoas com tiros. Algumas pessoas ficaram feridas e fugiram para as matas. É um dos ataques mais cruéis de que já ouvimos falar”, avançou outra fonte de Mocímboa da Praia que tem um familiar que conseguiu escapar de Naquitenge durante o ataque.
O distrito de Mocímboa da Praia foi aquele em que grupos armados protagonizaram o seu primeiro ataque em Outubro de 2017, tendo sido, por muito tempo, descrito como a “base” dos terroristas.
Mocímboa da Praia está situada 70 quilómetros a sul da área de construção do projecto de exploração de gás natural em Afungi, Palma, liderado pela TotalEnergies.
Esta incursão ocorre menos de um mês depois do anúncio, em 25 de Agosto, pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, Joaquim Rivas Mangrasse, da eliminação do líder do terrorismo no país, o moçambicano Bonomade Machude Omar, juntamente com outros elementos da liderança do grupo terrorista.
O Ministério da Defesa de Moçambique ainda não se pronunciou sobre o ataque.
(AIM)
FF
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2024-09-11