Libreville, 15 Set (AIM) – O governo de transição do Gabão anunciou quarta-feira (13) a criação de uma comissão de inquérito para investigar casos de corrupção nos contratos públicos.
“O Presidente do governo de transição decidiu hoje reactivar a força-tarefa de controlo da dívida interna e externa para realizar a verificação de todos os contractos públicos”, anunciou um grupo de militares em comunicado de imprensa na televisão pública.
“O Chefe de Estado convida as empresas adjudicatárias de contractos públicos e todas as entidades administrativas interessadas a entrar em contacto com a Comissão após a recepção de sua notificação” ,disseram os militares.
“O país exige uma avaliação cuidadosa e rigorosa dos contractos públicos para detectar qualquer irregularidade ou potencial fraude”, lê-se na conta do Twitter do actual presidente general Brice Oligui Nguema.
Nguema foi proclamado presidente do governo de transição depois do golpe de Estado de 30 de Agosto, que derrubou o presidente reeleito Ali Bongo.
Poucos dias depois de tomar posse, repreendeu publicamente centenas de funcionários públicos seniores e executivos do sector público.
“Venham e devolvam os fundos desviados em 48 horas, caso contrário, vamos buscá-los e vocês verão a diferença”, advertiu Nguema.
No mesmo dia do golpe, os militares prenderam Noureddin Bongo Valentin um dos filhos de Ali Bongo, assim como um grupo de seis funcionários do gabinete do ex-presidente acusados alta traição, desvio massivo de fundos públicos, bem como sua esposa Sylvia Bongo Valentin.
As buscas efectuadas nas suas residências, transmitidas extensivamente pela televisão pública, mostraram, malas e sacos transbordando com maços de notas.
Segundo a agência Africanews, em um comunicado, a presidência avança que a antiga primeira-dama, está sob prisão domiciliar em Libreville para a sua própria protecção, enquanto isso, os advogados dela dizem que foi arbitrariamente detida.
O Gabão é frequentemente denunciado pela extensão da corrupção praticada no país e no Índice de Percepção de Corrupção da Transparência Internacional em 2022, ocupa a posição 136º numa lista de 180 países.
(AIM)
Africanews/Zt/sg