Londres, 19 Set (AIM) – O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) registou o retorno de 571.468 deslocados internos às suas áreas de origem em Moçambique nos últimos meses.
Na sua última actualização operacional, publicada segunda-feira (18), o ACNUR afirma que 850.599 pessoas permanecem deslocadas internamente devido ao terrorismo e “impacto devastador da crise climática”.
Sobre a crise climática, destaca o facto de que Moçambique ser “um dos países mais afectados no mundo” e que “a ocorrência do Ciclone Tropical Freddy em Fevereiro e Março de 2023, um ano após o devastador Ciclone Tropical Gombe, afectou mais de um milhão de pessoas, destruiu infra-estrutura e deslocou cerca de 184.000 pessoas”.
Moçambique ainda enfrenta o fardo adicional de abrigar 30.000 refugiados e requerentes de asilo.
O ACNUR está trabalhando em estreita colaboração com o governo moçambicano para fornecer serviços de protecção e assistência que salvam vidas a refugiados aos requerentes de asilo, deslocados internos, retornados e comunidades acolhedoras.
No entanto, até 31 de Agosto, havia recebido apenas 21,3 milhões de dólares americanos de seu orçamento anual para Moçambique, calculado em 47,5 milhões. Isso representa apenas 45 por cento dos fundos necessários para as operações do ACNUR para as duas milhões de pessoas em necessidade crítica de assistência e protecção.
Segundo o ACNUR, 668.939 deslocados internos (79% do total) fugiram do conflito no norte de Moçambique, enquanto outras 181.660 foram forçadas a abandonar as suas casas devido a eventos climáticos extremos. Estima-se que 45 por cento dos deslocados internos estejam vivendo em locais de reassentamento, enquanto outros vivem em comunidades de acolhimento.
O ACNUR expressa no seu relatório a sua gratidão pelo apoio do Banco Africano de Desenvolvimento, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, CERF, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Giuliana Lagetto, Irlanda, Itália, Japão, Países Baixos, Noruega, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido, Estados Unidos da América, Fundação Vodafone e vários doadores privados.
(AIM)
Jhu
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