
Joaquim Chissano antigo Presidente da República
Maputo, 19 Set (AIM) – O antigo estadista moçambicano, Joaquim Chissano, aponta a coesão social efectiva como uma forma de fazer face ao terrorismo que afecta alguns distritos da província nortenha de Cabo Delgado, desde Outubro de 2017.
“Em contextos de conflitos e insegurança, a coesão social é um elemento relevante” disse Chissano, discursando, segunda-feira, em Maputo, na II Conferência Nacional de Alto Nível sobre Paz, Segurança, Reconciliação e Desenvolvimento em Moçambique, evento organizado pela Organização Para a Promoção da Paz e Desenvolvimento Humanitário (ORPHAD).
Sublinhou que “tendo em conta o conflito que afecta Moçambique, mias especificamente Cabo Delgado, mais do que reconciliação nacional, precisamos de coesão social para enfrentar um inimigo ainda oculto.”
Destacou que a coesão social edifica mecanismos de resiliência das comunidades, das sociedades e dos Estados, visto que proporciona a segurança social, a solidariedade, reforça as relações e o sentido de solidariedade comunitária e nacional.
O antigo estadista referiu que a reconciliação nacional é um elemento basilar no processo de construção de uma paz durável e estável e que no processo de reconciliação nacional, os religiosos têm um papel importantíssimo por trata-se de uma realidade que provém também do campo religioso.
“A Paz implica, necessariamente, compromissos e consensos de longo prazo sobre a agenda nacional. Como moçambicanos, temos a obrigação e a responsabilidade de cidadania, de contribuirmos para o projecto de vida que é abraçado por todos e que resulte em bem-estar para todos os moçambicanos”, anotou.
Salientou que a segurança social assenta em elementos relacionados com a identidade e unidade nacional e engajamento comunitário em questões críticas, e que o diálogo é um condimento importante para incorporar o interesse individual e, simultaneamente, transcendê-lo a um interesse maior e de grupo.
Na mesma ocasião, Chissano disse que temos que estar atentos às mudanças circunstanciais que surgirem, sejam elas das aspirações dos moçambicanos, dos fenómenos económicos e sociais, nacionais ou globais, incluindo as mudanças climáticas e o terrorismo, para que possamos, em tempo útil, ajustar o nosso querer colectivo.
“Temos ainda que saber aliar os ajustamentos necessários das mudanças circunstanciais à necessidade de nos concentrarmos e estarmos focalizados no Moçambique que queremos”, frisou.
(AIM)
Samuel Nhamurave (SNN)/mz