
Maputo, 20 Set (AIM) – O Instituto para Democracia Multipartidária (IMD), uma organização de sociedade civil moçambicana, apela a todos os partidos políticos envolvidos no processo eleitoral em curso rumo às VI eleições municipais de 11 de Outubro próximo, para que adoptem práticas democráticas consentâneas durante a campanha eleitoral e a divulgação dos resultados do escrutínio.
O IMD apela também a adopção de uma postura pacífica e ordeira no processo eleitoral e reafirma o compromisso de continuar a trabalhar junto com os seus parceiros para contribuir que eleições municipais, por um lado, sejam justas, pacíficas e transparentes e, por outro, que sejam um veículo para a consolidação da paz definitiva no país.
“Desde que Moçambique tornou-se formalmente uma democracia multipartidária (em 1994) ainda não conseguiu organizar eleições que sejam suficientemente credíveis para convencer a todos os actores relevantes de que foram pacíficas, justas e transparentes”, lê-se num comunicado de imprensa do IMD enviado hoje à AIM.
“Se houver um compromisso entre as lideranças, este cenário pode ser revertido. As eleições devem servir para reforçar a Paz e não podem continuar a ser uma ameaça à própria Paz, como tem acontecido”, acrescenta a nota.
O comunicado é alusivo ao Dia Internacional da Paz, que se assinala na quinta-feira (21) sob lema: “Acções para a Paz: A Nossa Ambição para os Objetivos Globais”.
O comportamento dos diversos actores eleitorais, incluindo partidos políticos, coligações e órgãos eleitorais, pode desempenhar um papel determinante na consolidação da paz e reconciliação nacional.
O IMD diz que a celebração deste dia tem lugar num momento em que a paz global está ameaçada devido à guerra entre a Rússia e Ucrânia, para além de alguns países do norte e centro de África estarem em conflitos político-militares, alegadamente provocados pelos “processos eleitorais não transparentes”.
Segundo o IMD, os países africanos têm enfrentado golpes de Estado, como são os casos de Mali, Burkina Faso, Gabão e Níger.
O IMD aponta os efeitos das mudanças climáticas como outra grande ameaça à paz global.
Passam 42 anos desde que a data foi estabelecida pelas Nações Unidas (NU) e, este ano, Moçambique celebra depois de, pela primeira vez na sua história, ser eleito Membro não Permanente do Conselho de Segurança da ONU.
“Como Membro não Permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Moçambique tem a obrigação de dar um bom exemplo. Temos responsabilidades para com a paz global e não podemos organizar eleições que, depois, resultam em conflitos, violência e descontentamento entre moçambicanos”, conclui a nota.
(AIM)
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