Chicualacuala (Moçambique), 23 Set (AIM) – O Plano Nacional de Contingência, documento vital para a prevenção e mitigação do impacto de eventos extremos, deverá ficar concluído até a primeira quinzena de Outubro do ano em curso, ou seja pouco antes do início da época chuvosa em Moçambique.
As projecções indicam que o Plano de Contingência, a ser aprovado pelo executivo, deverá ultrapassar a marca de 13 mil milhões de meticais (cerca de 203 milhões de dólares), tendo em conta que, este ano, o Governo transita de uma época chuvosa para outra, sem concluir o levantamento bem como a reparação dos danos registados na época anterior.
O facto foi revelado quinta-feira (21) a AIM, pelo Director da Prevenção e Mitigação, a nivel do Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres (INGD), César Tembe, no distrito de Chicualacuala, província meridional de Gaza durante as acções de criação e revitalização dos Comités de Gestão de Risco de Desastres em algumas comunidades mais vulneráveis.
“Estamos na fase de preparação do Plano de Contingência. Não posso precisar a data mas creio que até meados do próximo mês poderá estar concluído”, assegurou César Tembe.
Aliás, já é conhecida a antevisão climática que aponta para um cenário de cheias para a segunda época chuvosa em Moçambique. Por isso, o Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres, está numa verdadeira corrida de contra-relógio para concluir a projecção das necessidades.
A fonte do INGD, mesmo sem avançar números, tudo indica que o Executivo só deverá desembolsar perto de 40 por cento do orçamento do Plano de Contingência, sendo que o montante em falta será coberto pelos parceiros, com destaque para o Banco Mundial, que no último Plano de Contingência desembolsou 7,3 mil milhões de meticais e o governo alocou 5,1 mil milhões.
A verba referida será aplicada para a monitoria, logística, manuseamento e transporte de bens até as zonas críticas, no quadro da coordenação de gestão e redução do risco de desastres.
Segundo Tembe, para a presente época chuvosa o plano deverá contemplar equipamentos, meios de busca e salvamento, entre outras acções para garantir o pré posicionamento e colocação de bens alimentares e não alimentares para assistência as populações, em caso de necessidade em todas as regiões do país.
Refira-se que Moçambique é um país vulnerável a eventos extremos devido a sua localização geográfica e estima-se que cerca de 60 por cento da população e 40 por cento do Produto Interno Bruto (BIP) ficam expostos aos riscos dos eventos meteorológicos extremos resultantes das e mudanças climáticas.
O Plano de Contingência é elaborado com base em dados colhidos e sistematizados a nível local que depois sãos globalizados a nível central, através do Conselho Técnico de Gestão e Redução do Risco de Desastres, para depois ser validado pelo Conselho Coordenador de Gestão e Redução do Risco de Desastres e, posteriormente, aprovado pelo Conselho de Ministros.
(AIM)
Paulino Checo (PC) /sg