Madrid, Espanha, 27 Set (AIM)- O Parlamento espanhol chumbou esta quarta-feira a primeira tentativa de investidura do líder do Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo, para presidente do Governo, não obstante ter vencido as legislativas de julho deste ano mas sem maioria absoluta.
O líder do PP ficou a quatro deputados da eleição, mas garantiu que era um ‘orgulho’ não ser apoiado pelos nacionalistas bascos. Assim, Alberto Núñez Feijóo teve 178 votos contra e apenas 172 a favor – os dos deputados do PP, do Vox (extrema-direita) e de dois pequenos partidos. Do outro lado votaram contra 178 deputados, juntando Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Sumar, PNV, Junts Per Catalunya, Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e Bloco Nacionalista Galego.
A votação da candidatura de Feijóo a líder do Governo teve o resultado previsto, atendendo ao que haviam dito todos os partidos, e será repetida dentro de 48 horas, na sexta-feira, como prevê a Constituição espanhola, mas não se preveem mudanças para já.
Conformado com a certeza de que não conseguiria a eleição para formar governo, e ainda antes da votação, Feijóo atirou um “é um orgulho que não me apoiem”.
O líder do PP vai agora voltar a tentar a investidura na sexta-feira, mas é esperado que volte a falhar, mesmo que só precise de uma maioria simples. É que não se espera que existam abstenções, pelo que os votos contra devem voltar a superar os votos a favor.
Recorde-se que o PP foi o partido mais votado nas eleições de 23 de julho e o Rei de Espanha, Felipe VI, indicou Feijóo como candidato a primeiro-ministro, com a investidura a ter de ser votada e aprovada pelo Congressos dos Deputados. Caso se confirme nova votação contra o popular, o chefe de Estado terá de encontrar uma solução, que pode passar pela escolha de Pedro Sánchez, líder do PSOE.
Esse caminho implicará sempre uma série de cedências difíceis aos independentistas bascos e catalães, nomeadamente a concessão de amnistias aos representantes da Catalunha que são procurados pela justiça espanhola.
Essa era uma exigência altamente criticada pelo PP e pelo resto da direita, mas a parada catalã subiu já esta terça-feira. O presidente do governo da Catalunha, que é membro do ERC (Esquerda Republicana da Catalunha), entende que este é o momento para exigir a Madrid a realização de um referendo para decidir a independência daquela região.
(AIM)
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2024-08-10