Nampula (Moçambique), 28 Set (AIM) – Cinco dos nove partidos políticos e coligações que se apresentaram para concorrer na autarquia de Nampula, a maior do norte de Moçambique, adoptaram a mesma estratégia de convite ao voto, nesta quinta-feira, terceiro dia da campanha eleitoral, rumo às eleições de 11 de Outubro.
Trata-se da Frelimo, Renamo, Movimento Democrático de Moçambique, (MDM), Partido Acção de Movimento Unido para Salvação Integral, (AMUSI) e Nova Democracia.
Os mesmos realizaram marchas, bastante concorridas pelas artérias da cidade que culminaram com visitas aos principais mercados, quer do centro, quer dos localizados nos bairros periféricos, contactos interpessoais e porta-à-porta.
Os outros concorrentes continuam a pautar pela discrição na sua actuação.
Na manhã desta quinta-feira, o cabeça-de-lista da Renamo, Paulo Vahanle, passeou pelas principais avenidas da cidade de Nampula, acompanhado por um numeroso grupo de apoiantes.
A passeata terminou no mercado do peixe, mais conhecido por Belenenses, no bairro Muhaivire-Expansão. Vahanle manteve o mesmo discurso, de pedir o voto aos eleitores para continuar o trabalho iniciado há cinco anos.
“Melhorar o abastecimento de água, vias de acesso, construção de centros de saúde e salas de aula resilientes as mudanças climáticas, combate à corrupção e participação do cidadão na governação municipal”, prometeu.
Já Carlos Saíde, cabeça-de-lista do MDM, faz uma radiografia da actual situação da autarquia de Nampula, principalmente das zonas periféricas, onde diz faltarem os principais serviços básicos.
As promessas do cabeça-de-lista do MDM incluem melhoria no abastecimento de água, entre outras e tem privilegiado os contactos interpessoais.
Hoje, Saíde, que continua a ser a mesma aposta do MDM, desde o escrutínio de 2018, esteve num no novo bairro da periferia, Namiteca, onde os moradores queixam-se de falta de agua potável, energia e mau estado das vias de acesso.
Por seu turno o cabeça de lista do AMUSI, Santos Almeida, que apresenta a sua formação de inspiração local e por isso a tem como foco a solução dos principais problemas das comunidades.
Almeida, que também capitaliza a táctica de contactos interpessoais, esteve nesta quinta-feira no mercado grossista do Waresta, no bairro de Natiquiri, onde apelou para a moralização da sociedade.
Pelo terceiro dia consecutivo simpatizantes do AMUSI entraram nos bairros mais carenciados com a mensagem de que caso o seu cabeça de lista seja eleito, irá centrar a sua governação no munícipe e na família com apoio das forças morais como os líderes religiosos.
Filomena Mutoropa concorre pelo Partido Humanitário de Moçambique (PAHUMO), a única mulher que entra na disputa da presidência do município de Nampula, não esconde a sua preocupação com a questão do saneamento do meio e a ausência, quase total, de sanitários públicos na urbe.
Os citadinos de Nampula, usam as paredes, muros e árvores para se aliviarem o que a deixa muito constrangida, uma política conhecida por desfazer-se facilmente em lágrimas quando desgostosa.
Mutoropa apela ao voto das mulheres e a confiança de todos para vencer e cuidar de todos os munícipes sem preconceitos.
Entretanto, a agenda de Mutoropa e seu PAHUMO neste terceiro dia da campanha resumiu-se a contactos porta a porta no recém-criado unidade residencial de Namiteca, bairro de Muhaivire.
Ainda neste terceiro dia da campanha eleitoral, Rachade Carvalho, cabeça de lista da Nova Democracia, esteve em Muatala, um bairro do interior da cidade de Nampula.
No meio de promessas Carvalho espantou ao assegurar que, caso seja eleito, propõe-se a pagar salários aos secretários dos bairros, portanto líderes comunitários.
O político, no seu pedido de votos adiantou que se for eleito, irá tirar das preocupações dos pais e encarregados de educação o pagamento dos honorários dos guardas que garantem a segurança nas escolas primárias.
Citado pelo jornal Ikweli, Rachade Carvalho afirmou que o seu projecto de governação está virado para a inclusão social e mostrou preocupação especial para com os jovens prometendo do financiamento para os seus projectos.
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“Temos um projecto de contratar secretários dos bairros e alocar para eles um transporte e ainda garantir o seu salário no fim do mês. Estamos a dizer que os secretários dos bairros agora vivem como escravos, e na nossa governação isso vai mudar e é essa mudança que estamos aqui a tentar transmitir as pessoas. Somos a esperança única para estes munícipes da cidade de Nampula”, afirmou.
Na província de Nampula foram recenseados 1.250 milhão de potenciais eleitores nas oito autarquias que irão a votos no próximo 11 de Outubro.
Trata-se das cidades de Nampula, Nacala, Angoche, Ilha de Moçambique e das vilas de Monapo, Malema, Ribáuè e a estreante Mossuril.
(AIM)
RI/sg